Eis o fracasso brasileiro em números: embora
tenha
3% da população mundial, o Brasil de Michel
Temer
e Henrique Meirelles irá produzir 33% dos
desempregados mundiais em 2017, ou seja, dez
vezes
mais do que seria normal, se o País estivesse
apenas
na média mundial; dois dias depois da
divulgação
desses números pela Organização Internacional
do
Trabalho, Michel Temer concedeu entrevista à
agência de notícias Reuters e disse que sua maior preocupação é o emprego; "Nós temos que nos
ater muito à questão do desemprego, essa é a
principal preocupação, e isto significa o
crescimento
da economia", afirmou; além das
demissões
previstas para 2017, o governo atrasou
a parcela
do seguro-desemprego de janeiro dos
brasileiros
que perderam o emprego no fim do ano
passado
tenha
3% da população mundial, o Brasil de Michel
Temer
e Henrique Meirelles irá produzir 33% dos
desempregados mundiais em 2017, ou seja, dez
vezes
mais do que seria normal, se o País estivesse
apenas
na média mundial; dois dias depois da
divulgação
desses números pela Organização Internacional
do
Trabalho, Michel Temer concedeu entrevista à
agência de notícias Reuters e disse que sua maior preocupação é o emprego; "Nós temos que nos
ater muito à questão do desemprego, essa é a
principal preocupação, e isto significa o
crescimento
da economia", afirmou; além das
demissões
previstas para 2017, o governo atrasou
a parcela
do seguro-desemprego de janeiro dos
brasileiros
que perderam o emprego no fim do ano
passado
247 – De cada três desempregados no mundo em 2017, um será brasileiro. Ou seja: mesmo tendo 3% da população mundial, o Brasil provocará 33% das demissões globais (leia aqui).
Além disso, o governo federal atrasou a parcela de janeiro dos brasileiros que perderam o emprego no fim do ano passado (leia aqui).
Apesar desses números catastróficos, Michel Temer concedeu entrevista à Reuters e se disse focado na recuperação dos postos de trabalho.
Em tempo: 1,2 milhão de brasileiros serão demitidos neste ano, segundo a OIT.
Leia abaixo a entrevista de Temer:
Por Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou nesta
segunda-feira que sua maior preocupação é com o desemprego,
mas admitiu que a retomada das contratações pode demorar,
já que, mesmo com a esperada recuperação da economia, as
empresas têm capacidade ociosa a preencher antes de retomarem
contratações.
segunda-feira que sua maior preocupação é com o desemprego,
mas admitiu que a retomada das contratações pode demorar,
já que, mesmo com a esperada recuperação da economia, as
empresas têm capacidade ociosa a preencher antes de retomarem
contratações.
"Nós temos que nos ater muito à questão do desemprego, essa
é a principal preocupação, e isto significa o crescimento da
economia", afirmou o presidente em entrevista à Reuters no
Palácio do Planalto. No trimestre encerrado em novembro,
último dado disponível, a taxa de desemprego do país estava em
11,9 por cento, atingindo um recorde de 12,1 milhões de pessoas.
é a principal preocupação, e isto significa o crescimento da
economia", afirmou o presidente em entrevista à Reuters no
Palácio do Planalto. No trimestre encerrado em novembro,
último dado disponível, a taxa de desemprego do país estava em
11,9 por cento, atingindo um recorde de 12,1 milhões de pessoas.
Otimista, Temer aposta em uma retomada do crescimento
econômico no segundo semestre deste ano, mas admite que não
deve haver um retorno das contratações no mesmo ritmo.
econômico no segundo semestre deste ano, mas admite que não
deve haver um retorno das contratações no mesmo ritmo.
"Acho que este ano o país cresce a partir do segundo semestre",
disse. "Mas não vamos também nos iludir que logo agora vamos
ter a solução para todos os problemas, por uma razão muito singela:
muitas empresas demitiram, mas muitas mantiveram sua capacidade
ociosa."
disse. "Mas não vamos também nos iludir que logo agora vamos
ter a solução para todos os problemas, por uma razão muito singela:
muitas empresas demitiram, mas muitas mantiveram sua capacidade
ociosa."
"Então, quando se retoma o crescimento, num primeiro momento as
empresas passam a usar essa capacidade ociosa, o trabalhadores que
estão lá, e depois começam as contratações", acrescentou.
empresas passam a usar essa capacidade ociosa, o trabalhadores que
estão lá, e depois começam as contratações", acrescentou.
"É muito provável que ainda neste semestre a capacidade ociosa das
empresas seja utilizada por elas, mas nós pensamos que, a partir do
segundo semestre ou de meados do segundo semestre, o desemprego
já comece a diminuir e o crescimento venha de uma vez."
empresas seja utilizada por elas, mas nós pensamos que, a partir do
segundo semestre ou de meados do segundo semestre, o desemprego
já comece a diminuir e o crescimento venha de uma vez."
Projeções divulgadas nesta segunda-feira apontam para um PIB
positivo este ano. O Fundo Monetário Internacional divulgou nesta
segunda-feira uma estimativa de crescimento de 0,2 por cento,
menor
do que a previsão anterior, de 0,5 por cento. Já o relatório Focus
do Banco Central, também desta segunda mantém a projeção de
expansão em 0,5 por cento. O governo trabalhava com um crescimento
em torno de 1 por cento, depois de dois anos seguidos de quedas
significativas.
positivo este ano. O Fundo Monetário Internacional divulgou nesta
segunda-feira uma estimativa de crescimento de 0,2 por cento,
menor
do que a previsão anterior, de 0,5 por cento. Já o relatório Focus
do Banco Central, também desta segunda mantém a projeção de
expansão em 0,5 por cento. O governo trabalhava com um crescimento
em torno de 1 por cento, depois de dois anos seguidos de quedas
significativas.
Em dezembro, os indicadores de confiança dos setores da construção,
de serviços e da indústria, além dos consumidores, recuaram para
o menor patamar desde meados de 2016.
de serviços e da indústria, além dos consumidores, recuaram para
o menor patamar desde meados de 2016.
Apesar destes números e da previsão de um baixo crescimento este ano,
Temer nega que a retomada econômica esteja demorando mais do que o esperado.
Temer nega que a retomada econômica esteja demorando mais do que o esperado.
"Discordo que está demorando, estamos aqui há a sete, oito meses
e já tomamos muitas medidas. Na verdade, estávamos numa recessão
profunda e o primeiro passo é sair da recessão. Você só tem crescimento
fora da recessão."
e já tomamos muitas medidas. Na verdade, estávamos numa recessão
profunda e o primeiro passo é sair da recessão. Você só tem crescimento
fora da recessão."
O presidente cita, ainda, a queda na inflação e a redução dos juros
como uma vitória da política econômica do governo.
como uma vitória da política econômica do governo.
"Quando chegamos aqui a inflação anunciada era de 10,7 (por cento),
caiu para 6,29 (por cento).Então em seis meses caiu para 6,29 a
inflação. Em um segundo ponto, já fizemos duas reduções dos juros,
que baixaram 0,50 ponto em um primeiro momento e agora, até para
a surpresa de muitos, 0,75 ponto", disse. "Quando você reduz a
possibilidade de uma inflação mais alta tem chance de reduzir os
juros."
caiu para 6,29 (por cento).Então em seis meses caiu para 6,29 a
inflação. Em um segundo ponto, já fizemos duas reduções dos juros,
que baixaram 0,50 ponto em um primeiro momento e agora, até para
a surpresa de muitos, 0,75 ponto", disse. "Quando você reduz a
possibilidade de uma inflação mais alta tem chance de reduzir os
juros."
O presidente, que assumiu interinamente o comando do país em
maio e definitivamente no final de agosto do ano passado,
referiu-se
à inflação de 2015, que foi de 10,67 por cento, e a de 2016, que
ficou
em 6,29 por cento. Sobre os juros, ele citou as duas reduções de
0,25 ponto percentual na taxa básica pelo Banco Central, além do corte
de 0,75 ponto realizado na semana passada.
maio e definitivamente no final de agosto do ano passado,
referiu-se
à inflação de 2015, que foi de 10,67 por cento, e a de 2016, que
ficou
em 6,29 por cento. Sobre os juros, ele citou as duas reduções de
0,25 ponto percentual na taxa básica pelo Banco Central, além do corte
de 0,75 ponto realizado na semana passada.
REFORMAS
O governo, disse Temer, está encontrando formas de injetar recursos
na economia, como a liberação de contas inativas do FGTS e a redução
dos juros do cartão de crédito, e está trabalhando pelas reformas, que
são sua prioridade.
na economia, como a liberação de contas inativas do FGTS e a redução
dos juros do cartão de crédito, e está trabalhando pelas reformas, que
são sua prioridade.
O presidente admite que as reformas propostas são difíceis,
especialmente a da Previdência, e que protestos devem acontecer,
mas que a oposição não é à reforma como um todo, mas a alguns
pontos. De acordo com o presidente, o governo aceita negociar
alguns temas, mas a idade mínima de 65 anos está fora de questão.
especialmente a da Previdência, e que protestos devem acontecer,
mas que a oposição não é à reforma como um todo, mas a alguns
pontos. De acordo com o presidente, o governo aceita negociar
alguns temas, mas a idade mínima de 65 anos está fora de questão.
"Evidentemente, o caso da idade fica difícil você negociar. A idade
é fundamental para esta reforma", afirmou. O governo aceita negociar
outros pontos polêmicos que já foram citados por líderes no Congresso
como difíceis de serem aprovados. Entre eles, a desvinculação do
Benefício de Prestação Continuada --pago a pessoas com
deficiência-- do reajuste do salário mínimo e a necessidade de
contribuição de 49 anos para que o trabalhador receba o valor
máximo da aposentadoria.
é fundamental para esta reforma", afirmou. O governo aceita negociar
outros pontos polêmicos que já foram citados por líderes no Congresso
como difíceis de serem aprovados. Entre eles, a desvinculação do
Benefício de Prestação Continuada --pago a pessoas com
deficiência-- do reajuste do salário mínimo e a necessidade de
contribuição de 49 anos para que o trabalhador receba o valor
máximo da aposentadoria.
"Em vários países a regra tem sido essa. Você não ganha
aposentadoria integral, ganha uma aposentaria parcial. Mas isso vai
ser debatido lá. Se o Congresso decidir de outra maneira, tem que
se cumprir", disse.
aposentadoria integral, ganha uma aposentaria parcial. Mas isso vai
ser debatido lá. Se o Congresso decidir de outra maneira, tem que
se cumprir", disse.
Temer garantiu que a reforma da Previdência, que começará a ser
discutida a partir de fevereiro em uma comissão especial, será
aprovada este ano. E defendeu ainda a discussão da reforma
trabalhista, também já apresentada pelo governo.
discutida a partir de fevereiro em uma comissão especial, será
aprovada este ano. E defendeu ainda a discussão da reforma
trabalhista, também já apresentada pelo governo.
"Este é um governo de reformas e sendo um governo de reformas
é um governo preparatório para o governo que virá em 2018",
afirmou.
é um governo preparatório para o governo que virá em 2018",
afirmou.
Temer voltou a negar que possa ser candidato à reeleição em 2018,
mesmo que consiga recuperar a economia e seu partido, o PMDB,
peça que aceite o encargo.
mesmo que consiga recuperar a economia e seu partido, o PMDB,
peça que aceite o encargo.
"Eu espero apenas cumprir essa tarefa e deixar que meu sucessor
possa encontrar um país mais tranquilo", disse.
possa encontrar um país mais tranquilo", disse.
Não nega que o PMDB possa apresentar um nome, mas afirma que é
"muito cedo para isso" e lembra que tem uma base ampla, de onde
pode sair mais de um candidato. Mas previu que a discussão só virá
à luz, "lá por maio do ano que vem".
"muito cedo para isso" e lembra que tem uma base ampla, de onde
pode sair mais de um candidato. Mas previu que a discussão só virá
à luz, "lá por maio do ano que vem".
Em um ano que deve trazer à tona mais delações premiadas da
operação Lava Jato, que podem atingir diretamente a base do
governo, o presidente tentou não mostrar preocupação com os
efeitos que as denúncias possam ter sobre sua administração.
operação Lava Jato, que podem atingir diretamente a base do
governo, o presidente tentou não mostrar preocupação com os
efeitos que as denúncias possam ter sobre sua administração.
Ao ser questionado se há possibilidade das investigações
desestabilizarem seu governo, respondeu: "Zero. Não há a menor
possibilidade disso."
desestabilizarem seu governo, respondeu: "Zero. Não há a menor
possibilidade disso."
As informações das delações da empreiteira Odebrecht reveladas até
agora apontam para diversos acusados de irregularidades, incluindo
alguns nomes próximos a Temer, entre eles o ex-ministro da
Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, o ministro da Casa
Civil, Eliseu Padilha, e o secretário-executivo do Programa de
Parcerias de Investimentos, Wellington Moreira Franco. Todos
negam envolvimento.
agora apontam para diversos acusados de irregularidades, incluindo
alguns nomes próximos a Temer, entre eles o ex-ministro da
Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, o ministro da Casa
Civil, Eliseu Padilha, e o secretário-executivo do Programa de
Parcerias de Investimentos, Wellington Moreira Franco. Todos
negam envolvimento.
No cenário internacional, Temer descartou que o governo possa ter
dificuldades com o mandato do presidente eleito dos Estados Unidos,
Donald Trump. Para o presidente, as relações entre os países são
institucionais.
dificuldades com o mandato do presidente eleito dos Estados Unidos,
Donald Trump. Para o presidente, as relações entre os países são
institucionais.
Disse ainda que, embora Trump não tenha assumido, até o momento
não está vendo "nenhum gesto que comprometa o investimento
norte-americano aqui no Brasil".
não está vendo "nenhum gesto que comprometa o investimento
norte-americano aqui no Brasil".
(Com reportagem de Maria Pia Palermo e Daniel Flynn)
Nenhum comentário:
Postar um comentário