Quase todos se lembram daqueles círculos que há algum tempo surgiram em diversas plantações na Inglaterra e de outros países e que muitos até hoje acreditam serem obras feitas por seres extraterrestres. O que pouca gente sabe é que aqui no Brasil nós também temos esses sinais, mas que só agora começam a ser revelados.
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Com o desmatamento das florestas, motivado principalmente pela pecuária a partir de1970, grandes estruturas geométricas, chamadas de geoglifos, começaram a ser vistas entre os rios Acre e Iquir. Nos últimos anos, com ajuda de imagens de satélites e de programas gratuitos como "Google Earth", a quantidade de estruturas vistas começou a se multiplicar de tal forma que o assunto passou a ser tema de pesquisa de diversos cientistas.
De fato, quando observadas do alto, de um avião ou satélite, as formas geométricas localizadas na fazenda Colorado e no sítio do seu Jacó, próximos à Boca do Acre (AM), não parecem feitas por seres humanos. Escavadas no solo, aparentemente em baixo relevo, elas formam quadrados, círculos e quadrados com círculos internos. Quando vistas do chão, se parecem com trincheiras.
Seu Jacó Sá, de 84 anos, proprietário de um dos sítios da região, estava certo de que as trincheiras, algumas com mais de 2 metros de profundidade, se tratavam de valas escavadas durante a Revolução Acreana, o movimento armado contra a Bolívia, que em 1903 anexou o Acre ao Brasil. Mas de acordo Marcos Vinicius Neves, arqueólogo do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural, as formas geométricas foram feitas por índios que viveram na região entre 800 e 2.500 anos atrás.
Com o objetivo de estudar mais profundamente as misteriosas marcas, Vinicius e seu colega Alceu Ranzi, paleontólogo da Universidade Federal do Acre, Ufac, foram pessoalmente ao sítio arqueológico, e com ajuda de equipamentos GPS, mediram as coordenadas geográficas de seis geoglifos. Os pesquisadores também coletaram restos de cerâmica encontrados próximos da fazenda Colorado.
As medições mostraram que as estruturas medem entre 113 a 200 metros de diâmetro, e têm entre 30 centímetros a 4,5 metros de profundidade, incluindo-se os muros externos construídos a partir da terra retirada das valetas. Esses geoglifos foram encontrados em três locais diferentes, todos restritos ao Estado do Acre.
As primeiras descobertas dessas marcas ocorreram em 1977, durante a realização do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas na Bacia Amazônica, Pro-Napaba, e só foi possível porque a área havia sido desmatada.
Datações feitas pela Universidade Federal Fluminense, em vestígios de cerâmicas encontradas na Fazenda Vaca Branca, no município de Xapuri (AC), revelou que entre 800 e 2.500 anos atrás viveu ali uma tribo indígena. Por trás dessa descoberta há muitas hipóteses, e uma delas é que esses índios tenham chegado ao Acre vindos da região boliviana de Llanos de Mojos.
Para chegar a esta conclusão, Ondemar Dias, pesquisador da mesma universidade, comparou as cerâmicas encontradas ali com peças feitas pelos nativos da região de Llanos de Mojos e encontrou muitas semelhanças entre elas. No entanto, as informações disponíveis até agora não são suficientes para determinar a função dos geoglifos. Uma das hipóteses é que podem ter sido construídos para defender os nativos das tribos rivais ou para guardar todo o húmus usado na agricultura. Outra hipótese é que eram representações míticas, pelas quais os índios acreditavam poder se comunicar com os deuses.
Muito Trabalho
Utilidades à parte, os geoglifos impressionam pela perfeição das formas e a quantidade de pessoas que foram necessárias para desmatar a floresta e escavar a terra. "Hoje em dia um trator levaria um tempo considerável para fazer esse trabalho. Imagine naquela época, que sequer havia instrumentos de metal", diz Alceu Ranzi. A opinião é corroborada por Marcos Vinicius: "Talvez essas obras tenham levado muitos anos para ficarem prontas".
Eram os Deuses Astronautas?
No entanto, mesmo sem terem respostas definitivas para o enigma do geoglifos acreanos, nenhum dos pesquisadores arrisca conclusões fantásticas e se recusam, por exemplo, a falar de extraterrestres como fez o cientista alemão Erich Von Daniken em seu livro "A resposta dos Deuses". Na obra, Daniken afirma que as "Linhas de Nazca", importante legado das antigas culturas pré-incas peruanas, se tratavam na realidade de sinais e pistas de aterrissagem para naves extraterrestres.
Mais Divulgação
O assunto tem atraído a atenção de muitos cientistas de várias partes do mundo, que agendam visitas para estudar e debater o assunto. Por outro lado, Marcos e Ranzi acreditam na possibilidade dos sítios arqueológicos se tornarem uma atração turística, a exemplo do que aconteceu com as Linhas de Nazca. Segundo eles, a divulgação desses achados seria fundamental para que isso acontecesse.
Mas, por enquanto, os pesquisadores torcem para que os geoglifos continuem chamando a atenção de mais cientistas, pois só com muita pesquisa e tecnologia será possível saber exatamente por quem e para quê eles foram construídos.Fotos: As duas primeiras imagens mostram dois geoglifos localizados no Estado do Acre e impressionam pela sua precisão e tamanho. Acima, um dos geoglifos mais conhecidos: o Colibri, localizado no deserto de Nazca, no altiplano peruano.
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De fato, quando observadas do alto, de um avião ou satélite, as formas geométricas localizadas na fazenda Colorado e no sítio do seu Jacó, próximos à Boca do Acre (AM), não parecem feitas por seres humanos. Escavadas no solo, aparentemente em baixo relevo, elas formam quadrados, círculos e quadrados com círculos internos. Quando vistas do chão, se parecem com trincheiras.
Com o objetivo de estudar mais profundamente as misteriosas marcas, Vinicius e seu colega Alceu Ranzi, paleontólogo da Universidade Federal do Acre, Ufac, foram pessoalmente ao sítio arqueológico, e com ajuda de equipamentos GPS, mediram as coordenadas geográficas de seis geoglifos. Os pesquisadores também coletaram restos de cerâmica encontrados próximos da fazenda Colorado.
As primeiras descobertas dessas marcas ocorreram em 1977, durante a realização do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas na Bacia Amazônica, Pro-Napaba, e só foi possível porque a área havia sido desmatada.
Datações feitas pela Universidade Federal Fluminense, em vestígios de cerâmicas encontradas na Fazenda Vaca Branca, no município de Xapuri (AC), revelou que entre 800 e 2.500 anos atrás viveu ali uma tribo indígena. Por trás dessa descoberta há muitas hipóteses, e uma delas é que esses índios tenham chegado ao Acre vindos da região boliviana de Llanos de Mojos.
Para chegar a esta conclusão, Ondemar Dias, pesquisador da mesma universidade, comparou as cerâmicas encontradas ali com peças feitas pelos nativos da região de Llanos de Mojos e encontrou muitas semelhanças entre elas. No entanto, as informações disponíveis até agora não são suficientes para determinar a função dos geoglifos. Uma das hipóteses é que podem ter sido construídos para defender os nativos das tribos rivais ou para guardar todo o húmus usado na agricultura. Outra hipótese é que eram representações míticas, pelas quais os índios acreditavam poder se comunicar com os deuses.
Muito Trabalho
Utilidades à parte, os geoglifos impressionam pela perfeição das formas e a quantidade de pessoas que foram necessárias para desmatar a floresta e escavar a terra. "Hoje em dia um trator levaria um tempo considerável para fazer esse trabalho. Imagine naquela época, que sequer havia instrumentos de metal", diz Alceu Ranzi. A opinião é corroborada por Marcos Vinicius: "Talvez essas obras tenham levado muitos anos para ficarem prontas".
Eram os Deuses Astronautas?
No entanto, mesmo sem terem respostas definitivas para o enigma do geoglifos acreanos, nenhum dos pesquisadores arrisca conclusões fantásticas e se recusam, por exemplo, a falar de extraterrestres como fez o cientista alemão Erich Von Daniken em seu livro "A resposta dos Deuses". Na obra, Daniken afirma que as "Linhas de Nazca", importante legado das antigas culturas pré-incas peruanas, se tratavam na realidade de sinais e pistas de aterrissagem para naves extraterrestres.
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O assunto tem atraído a atenção de muitos cientistas de várias partes do mundo, que agendam visitas para estudar e debater o assunto. Por outro lado, Marcos e Ranzi acreditam na possibilidade dos sítios arqueológicos se tornarem uma atração turística, a exemplo do que aconteceu com as Linhas de Nazca. Segundo eles, a divulgação desses achados seria fundamental para que isso acontecesse.
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