As "desastrosas" ações do governo tucano na segurança pública em SP
Publicado em 02-Jul-2012
Deu nos jornais no fim de semana: interceptações telefônicas confirmam que os seis assassinatos de policiais ocorridos entre os dias 12 e 23 de junho em São Paulo foram realmente obra do Primeiro Comando da Capital (PCC), a organização criminosa que desde 2005 detém o poder em grandes presídios do Estado. As investigações levam à conclusão que o objetivo das ações contra os PMs e policiais de folga é desestabilizar a tropa policial e a cúpula da segurança pública no Estado.
Já em relação à queima de ônibus, no sábado (30.06) moradores do Capão Redondo, área da Zona Sul da capital afirmaram que os ataques a transporte público eram uma reação à violência policial, a fatos como a chacina da Penha, na qual seis suspeitos de estarem a serviço do PCC foram mortos pela ROTA - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, num posto de combustíveis neste bairro da Zona Leste. Um deles foi morto depois de torturado num parque.
Nessa acusação os moradores do Capão Redondo contaram que um dos autores do atentado a um ônibus queimado no bairro usava camiseta com os dizeres: "si continua matando, nós continua queimando". Como as investigações, segundo revela a polícia, não trouxeram indícios de que o PCC tenha ordenado os incêndios a 13 ônibus até a madrugada deste domingo (ontem), é bem provável que estas ações estejam ocorrendo mesmo como resposta de grupos de jovens da periferia à truculência e aos assassinatos promovidos pela própria polícia.
Ausência de política decente para a segurança cria circo de horrores
Em entrevista ao Estadão neste fim de semana, a socióloga Camila Nunes Dias, professora da Universidade Federal do ABC e autora de tese sobre o PCC, afirmou que a "crise de maio de 2006 (quando a organização paralisou o Estado por dois dias) explicitou a expansão do PCC para além do sistema prisional, com forte presença em muitas regiões do Estado”.
Questionada sobre as ações do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) no combate a esta nova crise na segurança ela foi categórica: “As ações do governo são, a meu ver, desastrosas. O descontrole das polícias, expresso pela corrupção de um lado e pela violência ilegal de outro, as guerras violentas entre as polícias Civil e Militar e a expansão do sistema prisional, formam o caldo necessário não apenas para o aparecimento de grupos como o PCC, mas para seu fortalecimento e explosões cíclicas de violência”.
Tenho denunciado aqui com frequência a ausência de uma política que mereça este nome para a área de segurança pública em São Paulo, que se revela agora nesses novos eventos, como já se revelou na crise de maio de 2006. Essa ausência de política acaba deixando o campo livre para a criminalidade que vai se alastrando. A polícia, sem preparo e desorientada pela ausência de uma política decente, apela para a violência mais crua, o que revolta a população. Tudo isso forma um circo de horrores que precisa ter um paradeiro, pois inferniza a população, principalmente nas periferias das grandes cidades, e rouba a vida de muitos jovens. E agora também a de policiais.
Já em relação à queima de ônibus, no sábado (30.06) moradores do Capão Redondo, área da Zona Sul da capital afirmaram que os ataques a transporte público eram uma reação à violência policial, a fatos como a chacina da Penha, na qual seis suspeitos de estarem a serviço do PCC foram mortos pela ROTA - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, num posto de combustíveis neste bairro da Zona Leste. Um deles foi morto depois de torturado num parque.
Nessa acusação os moradores do Capão Redondo contaram que um dos autores do atentado a um ônibus queimado no bairro usava camiseta com os dizeres: "si continua matando, nós continua queimando". Como as investigações, segundo revela a polícia, não trouxeram indícios de que o PCC tenha ordenado os incêndios a 13 ônibus até a madrugada deste domingo (ontem), é bem provável que estas ações estejam ocorrendo mesmo como resposta de grupos de jovens da periferia à truculência e aos assassinatos promovidos pela própria polícia.
Ausência de política decente para a segurança cria circo de horrores
Em entrevista ao Estadão neste fim de semana, a socióloga Camila Nunes Dias, professora da Universidade Federal do ABC e autora de tese sobre o PCC, afirmou que a "crise de maio de 2006 (quando a organização paralisou o Estado por dois dias) explicitou a expansão do PCC para além do sistema prisional, com forte presença em muitas regiões do Estado”.
Questionada sobre as ações do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) no combate a esta nova crise na segurança ela foi categórica: “As ações do governo são, a meu ver, desastrosas. O descontrole das polícias, expresso pela corrupção de um lado e pela violência ilegal de outro, as guerras violentas entre as polícias Civil e Militar e a expansão do sistema prisional, formam o caldo necessário não apenas para o aparecimento de grupos como o PCC, mas para seu fortalecimento e explosões cíclicas de violência”.
Tenho denunciado aqui com frequência a ausência de uma política que mereça este nome para a área de segurança pública em São Paulo, que se revela agora nesses novos eventos, como já se revelou na crise de maio de 2006. Essa ausência de política acaba deixando o campo livre para a criminalidade que vai se alastrando. A polícia, sem preparo e desorientada pela ausência de uma política decente, apela para a violência mais crua, o que revolta a população. Tudo isso forma um circo de horrores que precisa ter um paradeiro, pois inferniza a população, principalmente nas periferias das grandes cidades, e rouba a vida de muitos jovens. E agora também a de policiais.
(Foto: Jatobb/Wikipedia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário