quarta-feira, 6 de março de 2013

Bruno descreve como Eliza foi assassinada e se defende: "Eu não mandei, mas aceitei"



Versão teria sido contada por seu primo Jorge Rosa, adolescente na época

Bruno descreve como Eliza foi assassinada e se defende: "Eu não mandei, mas aceitei" Douglas Magno/Estadão Conteúdo
Goleiro Bruno acompanhado do advogado Lúcio AdolfoFoto: Douglas Magno / Estadão Conteúdo



















goleiro Bruno Fernandes descreveu, no terceiro dia de julgamento da morte de sua ex-amante Eliza Samudio, como ela foi assassinada. A versão teria sido contada por seu primo Jorge Rosa, adolescente na época.

— O Jorge falou comigo que o Macarrão (Luiz Henrique Ferreira Romão) foi até o Mineirão, e conversou com uma pessoa no orelhão, e naquele momento começou a seguir um cara de moto até uma casa na região de Vespasiano e lá entregou Eliza para um rapaz chamado Neném — afirmou Bruno. 

E que lá um rapaz perguntou para Eliza se ela era usuária de drogas, segurou a mão dela e pediu para que Macarrão amarrasse as mãos dela para frente, e deu uma gravata nela. E o Macarrão ainda chutou as pernas de Eliza. 

— Foi o que o Jorge me falou. E que ainda tinha esquartejado o corpo dela, tinha jogado o corpo dela para os cachorros comerem — contou.

Bruno disse ainda que, segundo relato de Jorge, o rapaz foi até um porão e pegou um saco preto e perguntou se eles queriam ver o resto. 

— Aí os meninos falaram que não queriam ver nada, e foram embora com o Bruninho.

Perguntado se sabia que Eliza seria executada, Bruno disse: 

— Eu não mandei, mas eu aceitei. 

Afirmou que, posteriormente, Macarrão revelou que havia contratado Marcos Aparecido, Bola, para que ele matasse Eliza. Apelido que ele só ficou sabendo pela imprensa.

— Pelo Macarrão e Jorge fiquei sabendo dele apenas como Neném — afirmou. 

Estratégia para redução de pena

A estratégia do goleiro, além de tentar se livrar da acusação de ter planejado e ordenado a execução do crime, é conseguir uma redução da pena como ocorreu com Macarrão, que foi condenado a 15 anos de prisão, sendo 12 em regime fechado. Pelo Código Penal, uma acusação de homicídio triplamente qualificado como deste caso pode render até 30 anos de cadeia aos réus. O depoimento de Bruno começou no início da tarde e, por quase três horas, o goleiro respondeu às perguntas feitas pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o Tribunal do Júri do Fórum de Contagem.

Durante o questionamento, o goleiro praticamente ratificou todo o depoimento prestado por Jorge, o primeiro a admitir o crime, ocorrido quando ele tinha 17 anos — o que lhe rendeu pouco mais de dois anos de internação como medida socioeducativa. Mas o goleiro negou que Eliza tivesse sido sequestrada e tentou mostrar preocupação com a mulher, a quem alegou ter dado R$ 30 mil para "resolver problemas pessoais". Ele também disse que ela ganharia um apartamento em Minas Gerais para morar com o filho do casal.
AGÊNCIA ESTADO

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