quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Duas notícias, um assunto – morte – e o cinismo da IGREJA



A representante brasileira não tinha como explicar por que o Brasil nada faz para impedir a morte de 200 mil mulheres por ano por causa de abortos clandestinos. A explicação sincera que a ministra Eleonora Menicucci poderia ter dado a teria levado à demissão antes mesmo de voltar a Brasília: o Brasil nada faz porque prevalece no país um pensamento conservador e atrasado que não permite sequer a discussão do assunto. Nosso governo e nossos congressistas são reféns desse pensamento. Têm medo de se indispor com igrejas cristãs e perder votos nos parlamentos e nas urnas. Há tanto temor que a própria ministra, que sempre defendeu a despenalização do aborto, é obrigada a se calar porque essa não é a posição do governo. Segundo o relato, a perita suíça Patrícia Schulz, diante da dramática situação brasileira, perguntou: “O que é que vocês vão fazer com esse problema político enorme que têm?” A outra resposta sincera, mas também inviável, seria: nada, as mulheres vão continuar morrendo porque algumas igrejas preferem assim e o governo aceita isso com medo de perder votos.

Tá tudo bem, porque as filhas dos ricos usam clínicas de aborto esterelizadas e bonitinhas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se o governo fosse tão temente a igreja como você mesmo insunua, não haveria homoafetividade aprovada em lei sem se preocupar em esclarecer a diferença entre aceitar e respeitar a opinião sexual e 'empurrar' para que seja imposta inclusive para quem não tem opinião formada sobre sexualidade como as crianças, sem essa de dizer que são mais votos pois o peso de quem desaprova seria o mesmo no caso do aborto.