terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sexo entre humanos modernos e Neandertais pode ter melhorado nosso sistema imunológico

O sexo pode ter ajudado a nossa espécie contra várias doenças. Segundo uma nova pesquisa, relações sexuais entre os humanos antigos e seus parentes foram fundamentais para o nosso sistema imunológico moderno.

Os pesquisadores afirmam que o acasalamento com Neandertais e outro grupo antigo chamado Denisovans introduziu genes que nos ajudam a lidar com vírus até hoje.

Estudos anteriores já haviam indicado que o cruzamento pré-histórico compõe até 4% do genoma humano moderno. O novo trabalho identifica trechos de DNA derivados de nossos parentes distantes.

No sistema imunológico humano, a família HLA (antígeno leucocitário humano) de genes desempenha um papel importante na defesa contra invasores estrangeiros, como vírus. Segundo os cientistas, as origens de alguns genes HLA são prova de que nossos parentes antigos cruzaram com Neandertais e Denisovans por um período.

Pelo menos uma variedade do gene ocorre frequentemente em populações atuais da Ásia Ocidental, mas é rara em africanos. Os pesquisadores dizem que é porque depois que os antigos humanos deixaram a África, cerca de 65.000 anos atrás, eles começaram a cruzar com espécies mais primitivas na Europa, enquanto os que ficaram na África não.

Quando a equipe de cientistas examinou uma variante do HLA, chamada HLA-B * 73, encontrada em seres humanos modernos, descobriram evidências de que veio do cruzamento com Denisovans.

Enquanto restos de Neandertais foram encontrados em muitos locais por toda a Europa e Ásia, Denisovans são conhecidos em apenas alguns locais da Rússia, apesar de evidências genéticas sugerirem que eles iam mais longe.

Um cenário semelhante foi encontrado com os tipos de gene HLA no genoma Neandertal. Os pesquisadores descobriram frequências na Ásia e na Europa muito maiores do que as estimativas do genoma inteiro de DNA arcaico em seres humanos modernos, que é 1 a 6%.

Os cientistas estimam que os europeus devem mais do que metade de suas variantes de uma classe de gene HLA ao cruzamento com Neandertais e Denisovans. Asiáticos devem até 80%, e Papua Nova Guiné até 95%.

Porém, alguns cientistas, embora concordem que os humanos e outros antigos cruzaram, são mais céticos sobre a evidência dos impactos sobre o nosso sistema imunológico.

O argumento é de que é difícil alinhar genes antigos à parte do genoma. Além disso, não se sabe ao certo o valor desses genes, embora se saiba de que estão relacionados ao ambiente da doença de alguma forma.

Os genes que recebemos podem estar nos ajudando a permanecer um passo à frente dos vírus hoje, mas os Neandertais não se saíram tão bem de seus encontros com os ancestrais dos humanos modernos, desaparecendo completamente cerca de 30.000 anos atrás.

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