“No futuro teremos carros voadores”. Se depender do co-fundador da Google, Larry Page, isso vai deixar de ser o início de alguma piada sobre as coisas que realmente temos aqui “no futuro” e se tornará realidade. Page acaba de investir em uma segunda startup focada neste tipo de tecnologia – ele já havia feito isso em abril de 2017, quando investiu na startup Kitty Hawk, responsável pelo Flyer. Agora, Page colocou seu dinheiro na startup canadense Opener, que revelou na semana passada uma aeronave de decolagem e aterrissagem elétrica chamada BlackFly.
A Opener foi criada em 2009. Em 2011, o CEO, Marcus Leng, pilotou um veículo de teste em Ontário, no Canadá. Desde então, os pilotos da empresa registraram mais de 1.400 voos cobrindo uma distância de quase 20 mil quilômetros. A empresa mudou-se para Palo Alto, na Califórnia, em 2014.
A Opener afirma que o BlackFly, que possui um único assento, pode voar por cerca de 40 km, a uma velocidade de 100 km/h. Assim como o Flyer, o piloto usa um joystick para controlar o veículo.
O vídeo abaixo mostra o BlackFly em ação:
O objetivo é ousado: competir com carros convencionais. A Opener quer que o BlackFly possa ser a primeira opção das pessoas para se locomover. Para isso, a empresa pretende oferecer “preços competitivos”, segundo um comunicado à imprensa publicado em seu site.“A OPENER está revitalizando a arte do voo com um veículo voador seguro e acessível que pode liberar seus operadores das restrições cotidianas do transporte terrestre”, afirma no comunicado o CEO da startup, Marcus Leng. “Ofereceremos preços competitivos em um esforço para democratizar o transporte pessoal tridimensional”, garante.
Em entrevista à rede de TV americana CBS, Leng garantiu que o veículo será colocado à venda no ano que vem com o preço de uma caminhonete SUV.
Viagens sem estresse
Segundo a Opener, quem quiser dirigir um BlackFly precisará completar uma série de treinamentos e ter licenças especiais. “A segurança tem sido nosso principal objetivo de direção no desenvolvimento desta nova tecnologia. Os operadores do BlackFly serão obrigados a completar a familiarização e o treinamento dos operadores exigidos pela empresa. No Canadá, licenças de piloto de veículos ultraleves também são necessárias”, explica.
“Os nossos veículos destinam-se a libertar o público das restrições das viagens bidimensionais, abrindo um novo mundo de voo tridimensional”, afirma o website da Opener. “Compactos e simples, nossos veículos são pioneiros em uma nova era de viagens sem estresse”.
Segundo texto publicado no site da revista Forbes, a empresa afirma que o BlackFly será energeticamente eficiente, relativamente silencioso e até mesmo “anfíbio”, o que aparentemente significa que ele pode decolar e aterrissar em água doce.
Porém, apesar da empolgação que tecnologias desse tipo causam, existem algumas limitações que podem dificultar a popularização do veículo. Além da restrição do alcance, voar requer tempo bom com condições secas, temperaturas acima de zero e ventos mínimos para decolagem e pouso. Além disso, a classificação ultraleve significa que o veículo não pode voar à noite ou sobre áreas urbanas nos EUA.
Um voo para o futuro
Empresas em todo o mundo estão desenvolvendo carros voadores. Além das duas startups financiadas por Larry Page, empresas estabelecidas, como a Uber, estão trabalhando em projetos do tipo.
Segundo os especialistas, a questão não é mais relativa à tecnologia, mas sim às leis. “Há questões regulatórias para lidar, mas se pudermos superá-las, você poderia pegar este veículo, voar para São Francisco e estar lá em oito minutos”, garante Alan Eustace, ex-vice-presidente de conhecimento da Google e membro do conselho de administração da Blackfly em entrevista à CBS na fábrica da empresa, no Vale do Silício.
Na mesma entrevista, Eustace afirma que uma pessoa comum pode aprender a pilotar um carro assim depois de cinco minutos em um simulador. “Eu notei na minha carreira que as coisas vão do impossível ao inevitável em um período muito curto de tempo”, sentencia. [Business Insider, Forbes, CBS News].
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