quinta-feira, 13 de março de 2014

10 obsessões bizarras de filósofos famosos



Muitos argumentam que é preciso ter uma personalidade
 muito distinta para fazer uma reflexão rigorosa de temas
 como: O que é real? Qual é a natureza do homem?
 O que é bom?
 É por isso que os filósofos são muitas vezes vistos
 como um grupo eclético.
Mas há uma outra razão para essa avaliação:
um bom número de filósofos realmente tem um 
comportamento estranho. Confira algumas das
 mais bizarras obsessões de pensadores
 famosos, que provavelmente emprestaram
credibilidade ao estereótipo:

10. René Descartes e sua paixão 

por mulheres vesgas

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Pai da Filosofia Moderna, René Descartes (1596-1650)
manteve uma estreita amizade com 
mulheres poderosas e ricas, como a rainha Cristina da
 Suécia e a exilada princesa Elizabeth
 da Inglaterra. As mulheres de sua vida pessoal eram
uma história diferente. Descartes nunca
 se casou e só teve uma filha ilegítima, com uma das suas serventes.
Até a idade adulta, a maior paixão de Descartes foi reservada para
 mulheres vesgas. Em
 uma carta à rainha Cristina, Descartes explica que refletiu sobre
 sua atração única por
 vesgas, percebendo que resultou de uma queda que ele teve por
 uma menina vesga em
 sua juventude. Na carta, ele conta que amou uma menina da sua
 idade que era ligeiramente
 estrábica, e acreditava que a impressão causada no seu cérebro
 quando olhou para seus
 olhos vagantes foi tão forte que o fez ser mais inclinado a amar
 mulheres vesgas
 simplesmente porque elas tinham esse defeito, muito tempo depois
 de sua paixão mudar. 
O filósofo concluiu que essa paixão inicial havia deixado uma marca
em seu cérebro e, 
portanto, não era uma atração fundamentada. Pelo contrário, era seu
 subconsciente 
criando esses sentimentos. Fiel à forma filosófica, Descartes usou seu
 livre arbítrio para
 se livrar da atração irracional.

9. Albert Camus e o medo irracional 

da morte jovem

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O filósofo Albert Camus (1913-1960) cresceu em
 uma família pobre, sem água corrente ou 
eletricidade. Sua avó usava um chicote para manter
 todos em linha. Mesmo com este 
começo difícil, Camus conseguiu ganhar uma bolsa de
estudos que lhe permitiu frequentar 
o ensino médio. Na idade de 17, ele sobreviveu por pouco
 a um ataque de tuberculose e
 foi obrigado a tirar um ano da escola para se recuperar.
Mais uma vez, Camus perseverou, 
voltou a estudar e tornou-se um autor publicado mesmo antes
de entrar na Universidade de
 Algiers (Argélia). Apesar de sua capacidade de sobreviver e
 seus primeiros sucessos 
na vida, Camus era obcecado com a ideia de que morreria cedo.
Ele disse uma vez a uma namorada que “sentia o mal flutuando no ar”.
 Para Camus, este 
medo criou uma obsessão com a morte em geral. O filósofo, que
carregava uma carta de 
suicídio escrita por um amigo de Leon Trotsky no bolso, era cheio
de pessimismo e
 alimentado por temor. Por isso, estava determinado a completar seus
 escritos antes de 
morrer. Até ganhar o Prêmio Nobel foi considerado um mau presságio
 por ele, que
 acreditava que o prêmio era um selo sobre o fim da carreira de uma pessoa. 
A pressão que sentia para completar a sua obra-prima se intensificou e continuou
 a persegui-lo até a sua morte, quando seus medos se tornaram realidade
. Em 4 de janeiro de 1960, Camus morreu em um acidente de carro na idade
 relativamente jovem de 46.
8. Immanuel Kant e sua rotina rígida
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Immanuel Kant (1724-1804) é frequentemente lembrado
 por sua hipocondria, mas ele tinha uma 
obsessão ainda mais intensa – com a sua rotina diária.
 Em 1783, logo após a compra de uma
 casa, Kant decidiu que era necessário estruturar sua programação
diária. Assim começou a
 rígida rotina que Kant seguiu até a sua morte, em 1804.
Cronometrado precisamente, ele despertava um pouco antes das
 5:00, bebia uma xícara de
 chá e fumava exatamente um cachimbo. Então, trabalhava em suas
palestras e escritos até
 aquelas começarem, às 7:00. Depois que suas palestras terminavam,
 às 11:00, Kant trabalhava
 em seus escritos novamente até 13:00, hora do almoço. Após o almoço,
chovesse ou fizesse
 sol, Kant fazia sua lendária caminhada de uma hora no centro de
 Konigsberg. A caminhada
 era tão consistente que é dito que seus vizinhos podiam arrumar os
 seus relógios através dela. O caminho que Kant percorria mais tarde
 foi nomeado de “Philosophengang” (em português, algo como
 “a caminhada do filósofo”). Depois disso, Kant às vezes socializava com
um amigo ou dois, e então ia para casa para trabalhar e
 ler até as 22:00, momento em que ia para a cama.

7. Søren Kierkegaard e uma 

maldição familiar

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Antes de Kierkegaard (1813-1855) atingir a idade de 25 anos,
 cinco de seus irmãos e ambos 
os pais tinham morrido. Apenas alguns anos antes, o seu avô tinha
 confessado a seu pai que 
ele estava destinado a assistir a todos os seus filhos, incluindo
 Kierkegaard, a morrer antes
 dele, porque tinha trazido a ira de Deus sobre a família quando
amaldiçoou o mesmo ainda
 menino.
Kierkegaard aceitou totalmente a conclusão de seu pai sobre sua má
sorte e aceitou a ideia
 de que enfrentaria uma morte precoce. Embora seu pai tenha morrido
 primeiro, em 1838,
 Kierkegaard ainda acreditava que estava amaldiçoado e que Deus iria
tirar sua vida em uma
 idade precoce. Este conhecimento fez dele um escritor prolífico, em uma
tentativa de dizer
 tudo antes de seu inevitável fim. Como Camus, os medos de Kierkegaard
 tornaram-se
 realidade quando ele morreu em 1855, com apenas 42 anos de idade.

6. Karl Marx e uma vida de caos

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Karl Marx (1818-1883) foi o coautor da obra seminal
O Manifesto Comunista. Embora seja 
considerado um dos teóricos mais influentes do século 20,
sua vida pessoal era cheia de 
caos e desordem. Parcialmente por causa de sua terrível situação
 financeira, que resultou
 em grande parte da expulsão de sua família da França por causa
de seus escritos políticos,
 e parcialmente por causa de sua personalidade, Marx trabalhava
intensamente, mas apenas
 em rajadas de produtividade que eram muitas vezes seguidas por
 crises de exaustão, 
doenças e prazos não cumpridos.
Marx muitas vezes iniciava um trabalho apenas para largá-lo na metade
 quando queria 
começar outra coisa. O caos interior do filósofo, no entanto, é melhor
exemplificado pela 
maneira compulsiva com que ele gerava ideias para suas obras filosóficas.
 Marx colocava 
uma ideia no papel e, em seguida, se levantava e começava a caminhar
ao redor de sua
 mesa freneticamente. Quando outra ideia eventualmente o atingia,
 ele se sentava 
rapidamente, a escrevia, e então começava o processo novamente.
 Não é de se
 admirar que Marx costumava entrar em colapso por exaustão.

5. Friedrich Nietzsche e sua 

obsessão por frutas

Nietzsche














Na tenra idade de 24, Friedrich Nietzsche (1844-1900)
foi nomeado chefe de Filologia
 Clássica na Universidade de Basel. O filósofo respeitado e produtivo,
apesar de todos os 
seus sucessos, era atormentado por uma grande lista de problemas
médicos. A fim de
 aliviar o sofrimento de dores de cabeça crônicas, vômitos persistentes
 e um distúrbio
 digestivo doloroso, Nietzsche tentou diversos medicamentos, bem como
 uma variedade
 de dietas.
Ironicamente, é muito provável que a obsessão de Nietzsche por frutas
 tenha sido 
responsável por piorar o seu desconforto digestivo. De acordo com a
 gerente do
 hotel Alpine Rose, onde Nietzsche ficou por um tempo prolongado
 em 1884, a 
ingestão diária de alimentos do pensador consistentemente incluía
 um bife no café
 da manhã e frutas pelo resto do dia. Não só Nietzsche comprava
 frutas da pousada e
 de fornecedores italianos locais, como recebia cestas enviadas por
 seus amigos também.
 Em mais de uma ocasião, Nietzsche comeu quase três quilos de frutas
 em um único dia.

4. Voltaire e sua mania de café

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Como um dos mais famosos filósofos do Iluminismo, Voltaire (1694-1778) é exaltado por 
sua sagacidade e sátira. É possível, porém, que ele não teria sido tão espirituoso ou satírico
 sem a enorme quantidade de café que ingeria diariamente. Fosse em casa ou com os
 amigos no Café de Procope em Paris, Voltaire bebia 20 a 40 xícaras de café todos os dias.
 Ele gostava tanto da bebida que voluntariamente ignorou o conselho de seu médico,
 Theodore Tronchin, para abandonar o vício. Até regularmente pagava taxas exorbitantes 
para tomar cafés de luxo importados.Deve-se notar que uma citação muitas vezes atribuída a Voltaire não é dele. Provavelmente, foi Bernard Le Bovier de Fontenelle quem disse que “Eu acho que [o café] deve ser [um veneno lento], porque eu tenho o tomado por 85 anos e não estou morto ainda”. Esta é a citação correta, que às vezes aparece com a idade mudada (65 anos), referindo-se erroneamente a Voltaire, que morreu com 84 anos, enquanto Fontenelle viveu até quase os 100.

3. Friedrich Hegel e a camisola por 

cima da roupa

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Exceto pela morte de sua mãe, quando tinha 13 anos,
 Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
(1770-1831), 
que se tornaria um dos proponentes do idealismo alemão, teve uma infância 
tranquila e cheia de literatura. Antes dos 45, Hegel tinha um casamento
 bem-sucedido, uma família e um bom trabalho como editor de uma revista 
literária muito renomada. Mas até mesmo os filósofos mais aparentemente
 normais tinham peculiaridades interessantes. Para Hegel, era sua camisola e
 boina preta.
Enquanto trabalhava em casa, Hegel consistentemente usava sua camisola 
sobre suas roupas de dia, e vestia uma boina preta enorme na cabeça.
 Em um incidente, quando o amigo de Hegel Eduard Gans apareceu sem avisar,
 encontrou o filósofo vestido dessa maneira junto a uma montanha de papéis
 desorganizados. Esse fato lhe deu alguma notoriedade quando um litógrafo,
 Julius L. Sebbers, retratou Hegel em sua mesa de trabalho vestindo a 
camisola e a boina preta. O alemão não gostava da imagem, e sua esposa
 dizia que era porque se assemelhava a ele um pouco demais.

2. Jean-Paul Sartre e um medo de

 criaturas do mar

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Jean-Paul Sartre (1905-1980) foi um escritor prolífico e
ativista político que, durante
 o curso de sua vida, defendeu figuras notáveis como Karl Marx,
Fidel Castro e 
Che Guevara. Como Camus, Sartre ganhou o Prêmio Nobel e não
 ficou nada
 satisfeito com isso. O francês recusou o prêmio juntamente com seu
dinheiro,
 em um ato profundamente filosófico: segundo ele, instituições feitas
 pelo homem 
como o Nobel só pioram as condições dos homens, os quais são
 “condenados
 a ser livres”.
Apesar de toda a sua confiança intelectual, porém, Sartre tinha
 uma fraqueza:
 crustáceos. Quando criança, ele ficou marcado por uma pintura
 de uma garra 
que saía do mar e tentava agarrar uma pessoa. Depois disso,
o filósofo ficou 
com um medo obsessivo de crustáceos e outras criaturas do mar.
Seu medo
 era tão intenso que ele teve um ataque de pânico depois de entrar
no mar
 com o seu amor de longa data, Simone de Beauvoir. Ele acreditava
que um 
polvo gigante subiria da profundidade escura da água e o arrastaria
 para sua
 morte. Em outra ocasião, depois de consumir uma droga que alterou
 sua mente,
 Sartre teve visões de lagostas o seguindo para onde quer que fosse.

1. Arthur Schopenhauer e 

seus poodles

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Mesmo que a família de Arthur Schopenhauer (1788-1860)
 tivesse boa condição
 financeira, falta de moradia tornou-se o tema de sua vida.
 Um vagabundo 
intelectual, Schopenhauer tinha a perspectiva de que não
 pertencia a nenhum 
lugar e nenhuma pessoa. Mesmo sua terra natal, Danzig,
na Alemanha, não
 significava nada para ele, uma vez que sua família teve de
abandonar
 rapidamente a sua casa quando a Prússia anexou o município.
 Schopenhauer
 tinha apenas cinco anos de idade na época.
Nenhuma cidade depois conseguiu capturar a lealdade do filósofo.
 Da mesma forma, após a perda de seu pai conforme ele entrava na 
idade adulta, Schopenhauer não conseguir ter muita afeição por outras 
pessoas, incluindo sua própria mãe. Expressões desta desconexão da
 humanidade podem ser vistas em sua filosofia pessimista, mas isso também
 o levou a preencher sua necessidade de companheirismo com poodles de 
estimação. De seus tempos de escola até a sua morte, Schopenhauer
 manteve um fluxo de poodles que tinham o mesmo nome, Atma, e o mesmo
 apelido, Butz. A singularidade de chamar todos os seus poodles com
 o mesmo nome foi concebida como um elogio, porque a palavra em sânscrito
 “Atma” é um conceito hindu desenvolvido no Bhagavad Gita que significa 
“eu interior” ou “alma transcendente”. Para Schopenhauer, cada um de seus
 animais de estimação, ao invés de ser um bicho com sua própria 
personalidade, expressava a realidade mais alta e mais fundamental de um
 “poodle”. [Listverse]

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