quarta-feira, 25 de junho de 2014

União poderá pagar indenização a funcionários da extinta Sucam contaminados por DDT


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Agência Senado - 25/06/2014



Ex-servidores da extinta
 Superintendência de 
Campanhas de Saúde 
Pública (Sucam) poderão
 receber indenização 
de R$ 100 mil caso 
tenham sido 
contaminados pelo
 dicloro-difenil-tricloroetano
 (DDT). A possibilidade 
de indenização, que 
também pode beneficiar familiares de funcionários
 já falecidos da Sucam, consta da Proposta de Emenda
 à Constituição 17/2014, de autoria do senador
 Valdir Raupp (PMDB-RO), que aguarda relator na
 Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).


A intenção é compensar os ex-“guardas da Sucam”,

 funcionários que aplicavam o DDT no combate a
 doenças endêmicas como malária e febre amarela.
 Esses agentes de saúde tinham contato direto com
 a substância, altamente tóxica, mas utilizada em 
larga escala no Brasil durante décadas, até o início
 dos anos 1990, principalmente na Região Norte.


A PEC acrescenta o artigo 54-A ao Ato das Disposições
 Constitucionais Transitórias da Constituição, 
concedendo não apenas a indenização, mas também 
tratamento médico e psicológico aos ex-servidores 
da Sucam, portadores de doenças graves em decorrência
 de contaminação pelo inseticida.


Ao justificar a iniciativa, Valdir Raupp explicou que
 atualmente a fabricação, importação, exportação,
 manutenção em estoque, comercialização 
e uso do DDT estão proibidos em todo o Brasil graças
 à Lei 11.936/2009, proposta pelo ex-senador Tião Viana 
(PT-AC). À época da publicação da lei, mais de 40 países 
já haviam banido a utilização do produto, por constatarem
 que ele atacava não somente as pragas agrícolas ou
 vetores de doenças contra os quais era empregado, 
mas destruía, indiscriminadamente, outras espécies 
da fauna e da flora nativas.


– O Estado brasileiro baniu de seu território um 
produto mundialmente conhecido como nocivo 
ao meio ambiente e ao ser humano sem, entretanto,
 cuidar da saúde daqueles que foram prejudicados pela
 negligência nacional – argumentou o senador, 
lembrando que muitos trabalhadores que manusearam 
o DDT morreram ou se encontram inválidos em 
decorrência da contaminação.


O tema já foi discutido pelo Senado em audiência
 pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos 
(CDH) em outubro de 2011.


De acordo com a proposta de Valdir Raupp, 
a União deverá elaborar um programa de 
tratamento médico e psicológico aos ex-servidores 
e seus familiares, desde o diagnóstico inicial das doenças
 até o final da vida.

Depois de analisada na CCJ, a PEC precisará ser 
aprovada em dois turnos no Plenário do Senado e
 também da Câmara dos Deputados, com aprovação
 mínima de três quintos dos votos em cada uma das Casas.

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