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A queda do Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines neste domingo (10) na Etiópia,
que causou a morte de seus 157 ocupantes, é o segundo acidente desse
modelo após a decolagem desde que ele entrou em operação comercial, no
início de 2017.
O anterior ocorreu em 29 de outubro de 2018, na Indonésia,
e deixou 189 mortos. A aeronave pertencia à companhia Lion Air e tinha
três meses de uso – a investigação ainda não chegou a uma conclusão
sobre a causa da tragédia (leia mais abaixo).
O voo ET302 da Ethiopian Airlines também sofreu o acidente minutos após decolar. De acordo com a BBC,
que cita como fontes sites de registros de voo, o avião registrado como
ET-AVJ voou pela primeira vez em outubro do ano passado.
Bimotor de corredor único, o Boeing 737 MAX é a versão mais recente do
avião comercial mais vendido no mundo. Trata-se da quarta geração do 737
– é destinada a voos curtos e de médio alcance. O primeiro voo é de
2016, e a aeronave começou a ser entregue há dois anos.
Após o acidente com o 737 MAX 8 na Indonésia, a comunidade aeronáutica
passou a questionar a falta de informação das companhias e dos pilotos
sobre seu novo sistema de aviso de entrada em perda de sustentação,
informa a agência AFP.
Também houve questionamentos com relação a uma possível falha das
sondas que captam a velocidade e ao período de formação dos pilotos para
se habituar ao novo sistema, considerado curto.
Segundo informações do presidente da Etrhiopian Airlines, Tewolde G
Medhin, o piloto relatou dificuldades técnicas durante o voo deste
domingo e pediu para regressar a Adis Abeba. Os controladores, então,
"autorizaram-no" a dar meia-volta e retornar, relatou Medhin.
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Acidente com avião na Etiópia deixa 157 mortos
Detalhes técnicos do modelo
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Engenheiro aeronáutico comenta acidente aéreo na Etiópia
No final de janeiro de 2017, 350 unidades do 737 MAX foram entregues a
seus compradores, do total de 5.011 pedidos registrados pela Boeing,
informa o site da empresa.
Em 2019, a Boeing pretende aumentar o ritmo de produção de 737 para passar de 52 para 57 unidades por mês.
O programa 737 MAX tem quatro variações, em função do número de assentos disponíveis:
- MAX 7 (172 assentos)
- MAX 8 (210 assentos)
- MAX 200 (220 assentos)
- MAX 9 (230 assentos)
O valor de cada unidade varia entre US$ 99,7 milhões e US$ 129 milhões.
Seu alcance é de 6.610 a 7.130 quilômetros, segundo a Boeing.
Contando todas as gerações do Boeing 737, que voou pela primeira vez em
1967, foram vendidas 10 mil unidades, número recorde para um aparelho
destinado a voos comerciais.
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Especialista em gerenciamento de risco comenta acidente aéreo na Etiópia
A investigação do acidente na Indonésia
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Queda de avião na Indonésia pode ter sido causada por falha nos censores
Em novembro do ano passado, no mês seguinte à tragédia, um relatório preliminar citou que os pilotos do avião da Lion Air lutaram para impedir a queda do avião. Para o Comitê de Segurança nos Transportes da Indonésia (KNKT), a aeronave não deveria ter decolado.
Um sistema automático que recebeu leituras incorretas de sensores
aparentemente forçou o nariz do Boeing 737 MAX 8 para baixo por diversas
vezes contra vontade dos pilotos. O capitão usava os controles para
elevar o nariz do avião, mas um sistema antipane automático o empurrou
para baixo mais de duas dezenas de vezes.
Os pilotos tentaram controlar a situação, até que a aeronave caiu no
mar de Java, apenas 13 minutos depois de decolar de Jacarta.
Embora os investigadores tenham citado no relatório fatores como
sensores defeituosos e falha em um sistema automático de segurança, eles
disseram que ainda tentam entender por que a aeronave caiu.
Os pilotos simplesmente podem ter ficado sobrecarregados durante o voo,
disse Ony Suryo Wibowo, um dos investigadores do acidente. "O problema
é: se múltiplos defeitos ocorrem todos de uma vez, qual deve ser
priorizado?", questionou ele.
O Comitê de Segurança nos Transportes da Indonésia (KNKT) afirma que a
aeronave deveria ter permanecido em terra, porque já tinha apresentado
um problema técnico em um voo anterior, quando ia de Denpasar, em Bali, a
Jacarta. Na ocasião, os pilotos usaram comandos para desligar o sistema
e recorreram a controles manuais para voar e estabilizar a aeronave.
Durante o voo de Denpasar a Jacarta, anterior à viagem fatal, o avião
sofreu um problema técnico, mas o piloto decidiu continuar o voo. "Na
nossa opinião, o avião não estava em condições de voar e não ter
continuado", declarou Nurcahyo Utomo, diretor do comitê.
A Boeing disse que procedimentos para evitar que o sistema antipane
fosse ativado por acidente já estavam funcionando. Também afirmou que os
pilotos da penúltima viagem usaram a manobra. No entanto, o relatório
não informa se os pilotos do voo fatal o fizeram.
Os investigadores chegaram a essa conclusão após análise da caixa-preta, que registra os dados do voo. O relatório final deve ser apresentado neste ano 2019.
Neste relatório preliminar, a agência indonésia destacou que a
companhia aérea de baixo custo deveria adotar medidas "para melhorar sua
cultura de segurança" e garantir que todos os todos os documentos
operacionais, que detalham os reparos nos aviões, "estejam preenchidos e
documentados de modo adequado".
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Pessoas caminham sobre o local de acidente aéreo na Etiópia — Foto: Tiksa Negeri/Reuters
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Local onde caiu avião na Etiópia ; acidente deixou 157 mortos, segundo a Ethiopian Airlines — Foto: Tiksa Negeri/Reuters
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Queda de avião na Etiópia — Foto: Juliane Monteiro/G1