O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou nesta quarta-feira (15), durante anúncio do esquema de trânsito para Jornada Mundial da Juventude, ter consciência de que o período entre 22 e 28 de julho, quando o papa Francisco estará na capital fluminense, será "de transtornos para o morador da cidade". "O evento vai exigir de todos nós cariocas uma certa dose de sacrifício. (...) Mas é um orgulho, prazer e honra receber a primeira visita do papa", disse.
Paes anunciou que a livre circulação de ônibus fretados na cidade será restringida no período entre os dias 19 e 30 de julho. A medida foi tomada em razão do grande fluxo de pessoas que chegarão à capital fluminense para o evento católico. O governo municipal trabalha com uma estimativa de público de 1,5 milhão.
As áreas de desembarque dos ônibus fretados estão sendo definidas de acordo com a logística do transporte público na cidade. "A gente está colocando sempre os pontos de desembarque próximos a estações de metrô, trem, e do sistema de ônibus. (...) No entorno da prefeitura, por exemplo, vai ter um ponto de parada. Na Penha, outro", disse o prefeito, que não descarta abrir exceções, dependendo do horário de chegada das caravanas. "Um ônibus que chega durante a madrugada, por exemplo, pode eventualmente se deslocar direto para uma paróquia se todo aquele pessoal for para o mesmo lugar."De acordo com Paes, pelo menos 20 mil ônibus fretados devem chegar ao Rio com peregrinos de vários lugares do país. A circulação será liberada apenas nas rotas em direção às áreas de desembarque e aos dois bolsões de estacionamento, localizados nos bairros do Recreio dos Bandeirantes e Paciência, na zona oeste. Atualmente, a frota de ônibus do Rio possui 9.000 veículos --o esquema especial não vai abranger os ônibus regulares.
Os veículos passarão por uma triagem em pelo menos três pontos definidos pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), situados em cidades vizinhas como Itaipava e Casimiro de Abreu, onde serão adesivados. Todos os deslocamentos serão previamente definidos. Paes disse ainda que estar acertando os últimos detalhes quanto ao planejamento de mobilidade urbana em parceria com a PRF, Polícia Federal e ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
"Há três grandes vias de chegada ao Rio: a Presidente Dutra, Washington Luiz e ponte Rio-Niterói. Ainda fora do município, antes de chegar ao Rio, esses ônibus serão adesivados, identificados, e os deslocamentos serão devidamente controlados. Essa é uma medida necessária para a cidade do Rio de Janeiro sob pena de termos aqui um verdadeiro caos", afirmou Paes.
"A Jornada tem uma logística mais complicada do que a Olímpiada [que acontece em junho], porque ela tem uma característica de imprevisibilidade, já que não sabemos o número real de pessoas que estarão na cidade, e envolve uma grande quantidade de pessoas concentradas em um mesmo lugar", completou.
Questionado se o transporte público do Rio será capaz de absorver o aumento do número de pessoas transitando pela cidade, o prefeito afirmou que os problemas só devem ocorrer nos dias dos atos centrais em Copacabana e Guaratiba.
"Aí é como a gente faz no Réveillon. Você tem um dia de feriado em que boa parte da frota de ônibus é desviada para Copacabana. E o próprio metrô faz uma operação especial", explicou. "Horários especiais e operação especial obviamente vão acontecer [na JMJ]. E a Supervia e o BRT também, além dos ônibus [municipais e intermunicipais], farão sistemas especiais nos acessos a Guaratiba." O planejamento final sobre a mobilidade urbana durante a Jornada será divulgado no começo de junho.
Feriados
Paes afirmou ainda que vai solicitar à Câmara Municipal, ainda nesta semana, a declaração de feriados integrais nos dias 25 e 26 de julho em função da presença do pontífice na praia de Copacabana, na zona sul, e feriados parciais (meio expediente) nos dias 23 e 29 de julho para facilitar a entrada e saída dos fiéis na cidade. Eventos sem relação com a Jornada Mundial da Juventude não serão autorizados pela prefeitura.
"São feriados necessários para um evento dessa dimensão. Seria o mesmo que realizar o Réveillon em Copacabana em um dia que não fosse feriado. (...) A gente busca aqui minimizar os impactos", disse o prefeito. "Não queremos de maneira alguma que os cariocas saiam da cidade. Pelo contrário, queremos que eles venham e acolham o papa. Mas a mobilidade da cidade e o deslocamento vão estar bastante restritos, não só em função dos deslocamentos do papa, mas pela realização dos eventos da Jornada."
Paes esclareceu que os feriados não valerão para as atividades de comércio de rua, bares, centros comerciais, shoppings, galerias, estabelecimentos culturais e pontos turísticos, que poderão funcionar normalmente. "A gente não quer a cidade parada e morta", declarou.
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