Vai demorar um pouco até conseguirmos uma armadura como a do “Homem de Ferro”, mas “exoesqueletos biônicos” já estão sendo testados e usados.
A maior parte dos equipamentos existentes são usados para reabilitação, criando uma “roupa” robótica que permite que pessoas com paralisia dos membros inferiores fiquem em pé e caminhem novamente. Os exoesqueletos restantes visam aumentar a força do usuário, criando um “homem superforte”.
Thomas Sugar, especialista em biônica, acredita que exoesqueletos médicos e militares vão se tornar populares em breve, e em seguida o equipamento deve alcançar o cidadão comum. “Nos próximos cinco anos, veremos mais e mais exoesqueletos por aí”, diz Sugar, professor de engenharia da Universidade do Estado do Arizona (EUA).
No entanto, antes dos equipamentos se tornarem comerciais, algumas dificuldades devem ser superadas. Por exemplo, é necessário uma bateria poderosa o suficiente para alimentar estes exoesqueletos, e também que eles interpretem corretamente a intenção do usuário, para que uma tentativa de caminhar não se torne uma luta contra a máquina.
Lockheed Martin HULC
Este é um exoesqueleto voltado para o campo de batalha, e seu nome indica sua função: Human Universal Load Carrier (HULC, ou “transportador de carga universal humano” em português). Ele é capaz de carregar até 90 kg com suas pernas de titânio, e ainda assim permitir o movimento livre do usuário.
Segundo a Lockheed, empresa responsável pelo HULC, um soldado com carga completa pode marchar a 4,8 km/h e correr brevemente a 16 km/h se estiver usando o equipamento.
O sistema é projetado para reduzir o estresse nas pernas e músculos das costas, que é a causa mais comum de danos entre soldados, e vem com “Lift Assist Device”, um dispositivo que permite que o soldado levante cargas pesadas com a força de dois ou mais homens.
Cyberdyne HAL-5
O HAL foi notícia em 2011, no acidente de Fukushima, quando a empresa japonesa Cyberdyne apresentou sua veste robótica como a proteção do futuro em caso de acidentes.
Apesar de ainda não existir um modelo resistente à radiação, o HAL-5 Type-B se tornou o primeiro exoesqueleto robótico pessoal a receber um certificado global de segurança. Segundo a Cyberdyne, 330 dos exoesqueletos já foram alugados a hospitais no Japão, onde eles são usados por pacientes com fraqueza muscular ou deficiências devido a derrames ou danos à espinha.
A companhia se vangloria de ter o primeiro “robô do tipo ciborgue”, já que o sistema interpreta os fracos sinais elétricos na pele em torno dos músculos danificados, e movimenta as juntas motorizadas em resposta a estes sinais.
Muscle Suit da Kobalab
Cientistas da Universidade de Tóquio estão apostando que podem vencer a competição por um exoesqueleto superforte com um equipamento que descarta sistemas computadorizados complexos.
O Muscle Suit do Kobayashi Labs substitui os motores atuadores eletrônicos com um sistema de “músculos artificiais” infláveis pneumáticos, para ajudar enfermeiras e profissionais que tomam conta de pacientes velhos ou incapacitados.
Voluntários foram convidados para experimentar o traje, que atualmente permite que o usuário levante 50 kg com facilidade, carregando-o com braços fixos, como uma empilhadeira ambulante.
Argo ReWalk e Ekso Bionics
O Argo ReWalk já foi usado para levar a ex-quiroprática Claire Lomas para o livro dos recordes. Cinco anos depois de um acidente enquanto cavalgava, que deixou Lomas paralisada do peito para baixo, ela se tornou a primeira pessoa a completar uma maratona em um exoesqueleto biônico, na Maratona de Londres em maio de 2012, usando o ReWalk.
O ReWalk, que permite que pessoas com lesões na espinha caminhem novamente, já está sendo vendido a US$ 65.000 (cerca de R$ 130.000), e tem, segundo o fabricante, 220 usuários treinados no mundo todo.
O concorrente Ekso Bionics também tem sucesso similar, e alega que já foram dados um milhão de passos com seu robô de 23 kg, que deve ser lançado em uma versão pessoal em 2014.
X-1 da Nasa
Que tal um exoesqueleto que tanto é capaz de inibir os movimentos de alguém, quanto ajudá-los? Não parece uma boa ideia na Terra, mas no ambiente sem resistências do espaço, os astronautas da Nasa podem se beneficiar de um pouco de dificuldade para se mover.
O X-1, com 25 kg, foi projetado para ajudar os astronautas a se exercitarem em ambiente de microgravidade, e pode vir a ser crucial em missões no espaço profundo. Ele também pode melhorar a saúde da tripulação à bordo da Estação Espacial Internacional, e potencialmente em futuras missões de longa duração a asteroides distantes ou a Marte.
Além disso, estas pernas têm o benefício de auxiliar a movimentação, com suas quatro juntas motorizadas, se for usada na Terra, mas atualmente não se sabe se elas serão fabricadas em larga escala. [CNN Tech]
Nenhum comentário:
Postar um comentário