quinta-feira, 16 de maio de 2013

Clonagem de humanos: cientistas criam embriões que poderiam se desenvolver


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Um estudo recente que usou técnicas semelhantes às que foram utilizadas para criar Dolly, a ovelha clonada, está sendo criticado porque “irá levar inexoravelmente à clonagem para produzir uma criança”, conforme explica o bioeticista O. Carter Sned, da Universidade de Notre Dame (EUA).
No estudo, cientistas da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon e do Centro Nacional de Pesquisas Primatas do Oregon (EUA) colocaram o conteúdo de uma célula epitelial de um adulto dentro de um óvulo que teve seu material genético retirado previamente. A equipe conseguiu que o óvulo se dividisse e reproduzisse como um óvulo fertilizado, mesmo sem ter usado esperma.
O processo é chamado de clonagem terapêutica, por que cria células-tronco embriônicas para tratamento de doenças degenerativas, como a degeneração macular, Alzheimer, esclerose múltipla, etc. Também pode ser usado para curar ferimentos. As células-tronco embriônicas são conhecidas por terem um maior potencial que as células-tronco somáticas.
Mas, para os críticos, o que a equipe fez foi uma abominação. Segundo o Cardeal Seán O’Malley de Boston (EUA), a clonagem terapêutica é inconsistente com a responsabilidade moral de “tratar todos os membros da família humana como presentes de Deus, com dignidade inerente”.
Ele afirmou que, apesar dos cientistas do Oregon e outros especialistas dizerem que a nova técnica não poder ser usada para criar bebês, ela pode. E mesmo usá-la para tratar pacientes que estão sofrendo não altera essa equação moral. Segundo o bispo, os avanços técnicos na clonagem humana não são um progresso para a humanidade, e sim o contrário.
Como a técnica utiliza óvulos humanos, o bispo afirma que isto “cria novas formas de coerção, especialmente para as mulheres pobres e vulneráveis, a tratarem seus corpos como um objeto de comércio”.
De acordo com o National Conference of State Legislatures, 15 estados dos EUA já tem leis que tentam regular a clonagem. A Califórnia foi o primeiro estado a banir a clonagem reprodutiva já em 1997, ano do anúncio da criação de Dolly. Cerca de uma dúzia de estados seguiram a Califórnia, e alguns outros apenas proíbem o uso de fundos públicos para a clonagem reprodutiva. Cerca de seis estados baniram também a clonagem terapêutica – o Oregon não faz parte deste grupo.
Na Inglaterra, a lei obriga a destruição de embriões criados por clonagem quando eles atingirem 14 dias, e torna ilegal a implantação dos mesmos em uma mulher. No Brasil, a Lei de Biossegurança permite a clonagem terapêutica e de pesquisa científica, mas a clonagem reprodutiva é crime. [ReutersDaily Mail]

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