Assim como os humanos, animais também se beneficiam de possuir amigos. Novos estudos mostram que animais que podem contar com outros – para se coçar, dividir comida ou fazer um gesto de amizade – têm mais chances de se reproduzir e conseguem encarar melhor as doenças.
Isso sugere que a necessidade de confiança e companhia é mais antiga do que pensamos. Se isso for verdade, a amizade pode oferecer vantagens evolucionárias.
“Esse fenômeno está começando a parecer algo muito antigo na evolução, que é dividido por muitas espécies sociais”, afirma a bióloga Dorothy Cheney.
Estudos com macacos, cavalos e chimpanzés mostram que eles são seletivos na hora de escolher com quem passar tempo ou comer. Outro trabalho atual revela que um hormônio de ligação social torna os macacos mais generosos uns com os outros. Pesquisas mostram que fêmeas de elefantes, golfinhos e roedores com boas amigas têm mais chance de ter mais crias e viver mais.
São muitas as linhas de pesquisa. Analisar todos esses fatores pode trazer pistas para a origem e evolução que faz dos humanos seres tão sociais.
Eu te protejo
Os cientistas sabem há tempos que os animais formam laços. Primatas e cavalos que passam mais tempo próximos geralmente são mais amigos e menos agressivos uns com os outros. Chimpanzés e elefantes dividem comida, confortam os machucados e parecem ficar mal quando seus parentes morrem.
Mesmo assim, por décadas, a visão mais comum era de que as interações aconteciam apenas entre os animais muito próximos (familiares). Laços formados entre animais sem parentesco eram supostamente passageiros, realizados para conseguir um benefício imediato. Mas agora os cientistas sabem que isso não é verdade. E evidências indicam que um animal pode fazer algo para ajudar outro, sem ser da família, para receber algum benefício posterior.
Em termos estritamente evolucionários, os parentes se ajudam para promover a sobrevivência do material genético. Mesmo assim várias espécies formam laços com aqueles que não carregam a mesma genética.
Chimpanzés machos formam coalizações, e tomam parte de um lado, mas não de maneira aleatória. Eles ficam junto daqueles que futuramente vão ajudá-los. Um estudo de 2009 mostrou que 22 entre 28 chimpanzés formaram seus laços mais fortes de amizade com um outro com o qual não tinham parentesco, com algumas amizades durando uma década ou mais.
O maior fator para justificar a amizade entre animais – principalmente os machos – é evitar conflitos, e ter mais integrantes para defender o território e o grupo. Mas eles, e nós também, fazemos amigos por outra razão também: porque dá uma sensação boa. Não apenas é relaxante como também dá um efeito positivo na saúde.
Estudos detectaram a ocitocina – um dos hormônios que é secretado em situações prazerosas – nos macacos sociais, que eram também mais generosos com os outros. Mais pesquisas serão feitas ainda, para analisar também o lado neural desse tipo de relação no mundo animal.
Como você pode ver, amizade não é algo apenas humano, mas histórico na natureza. Viva os amigos!
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