SÃO PAULO, SP, 24 de novembro (Folhapress) - O ex-presidente do PT e deputado federal licenciado José Genoino, 67, recebeu alta médica do IC-DF (Instituto de Cardiologia do Distrito Federal), em Brasília, por volta das 6h30 de hoje.
Segundo a "GloboNews", ele deixou o hospital e seguiu para a casa de uma filha em Brasília.
Genoino estava internado desde quinta-feira após uma crise de pressão alta. Na ocasião, seu advogado chegou a dizer que ele teve suspeita de infarto.
Em nota, o hospital informou que Genoino "apresentou melhora dos níveis de pressão arterial e dos parâmetros de coagulação sanguínea".
Condenado no mensalão, Genoino foi avaliado ontem por uma junta de médicos da UnB (Universidade de Brasília) e do Hospital Universitário de Brasília.
A avaliação do estado de saúde de Genoino será entregue ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, que vai decidir se o petista poderá ou não cumprir pena domiciliar.
Não se sabe quando o relatório da junta médica será entregue a Barbosa. O chefe da junta, Luiz Fernando Junqueira Júnior, disse que o relatório médico "é sigiloso" e seu conteúdo não será divulgado.
Genoino sofre de problemas cardíacos e passou por um procedimento cirúrgico em julho. Ele estava preso desde o dia 15 no Complexo Penitenciário da Papuda, mas sua defesa pediu que ele ficasse em prisão domiciliar por razões médicas. Barbosa permitiu que Genoino se tratasse em casa ou em um hospital até avaliar o relatório da junta médica.
O deputado federal Renato Simões (PT-SP), suplente de Genoino, visitou o colega ontem no IC-DF e disse que ele estava "confiante". "Ele demonstra ânimo melhor do que na última vez que eu o vi, na quarta-feira, no presídio, porque aqui [hospital] ele se sente mais amparado", disse.
Entrevista
Em entrevista à revista "IstoÉ", Genoino disse que, mesmo preso, não pretende deixar a política. "Jamais deixarei a vida política. Posso ter que mudar a forma, o local e o uniforme, mas o sentido da minha vida é lutar por sonhos e causas."
Na entrevista, concedida no presídio da Papuda, pouco antes dele ser transferido para o IC-DF, Genoino disse que o momento mais tenso do julgamento do mensalão foi a dosimetria, quando o tamanho das penas foi definido: "Fui condenado por corrupção sem nunca ter mexido com dinheiro".
Ele também negou a formação de quadrilha. "Nós, no PT, não nos associamos para cometer crimes, e sim para mudar a realidade do Brasil".
O ex-presidente do PT disse que quando chegou à prisão, lembrou das "imagens terríveis" de suas prisões na ditadura -ele foi preso e torturado duas vezes durante o regime militar. "A sensação de estar preso injustamente é a mesma", declarou.
O deputado disse ainda que nunca pensou em fugir do Brasil e criticou a transferência dos presos a Brasília. "Ficamos quatro horas em um pátio porque não sabiam onde nos colocar", disse o deputado. "Se não sabiam onde nos colocar, por que nos fizeram viajar?", acrescentou.
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