sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Pentágono alerta sobre preparação da China para ‘provável’ ataque aos EUA

Em Pequim, na China, soldados da força aérea em cerimônia de recepção do primeiro ministro do Camboja, Hun Sem
Em Pequim, na China, soldados da força aérea em cerimônia de recepção do primeiro ministro do Camboja, Hun Sem (Jason Lee/Reuters/VEJA).


As forças militares da China ampliaram suas operações de bombardeio em longa distância e o treinamento de seus pilotos nos últimos anos para “provável” ataque aos Estados Unidos e seus aliados, informou ontem (16) o Pentágono em relatório anual encaminhado ao Congresso americano.
A avaliação militar surge em um momento de tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China na arena comercial. No relatório, o Pentágono ressalta os esforços chineses para aumentar sua influência global e a expansão de seus gastos com defesa.
O orçamento militar chinês superou 190 bilhões de dólares em 2017. O americano, porém, continuou mais expressivo – 700 bilhões de dólares no período. Apesar da projeção de retração no crescimento econômico na China, o orçamento de defesa deverá superar 240 bilhões de dólares em 2018.
O Exército Popular de Libertação desenvolve a “capacidade para atacar as forças americanas e aliadas e as bases militares do Oceano Pacífico ocidental, incluindo Guam”, destaca o relatório. O documento menciona ainda a tendência de Pequim estabelecer novas bases militares em países como o Paquistão e assinala os seus preparativos para uma “contingência” no Estreito de Taiwan, que pode se desdobrar em reunificação forçada da ilha.
“Ao longo dos últimos três anos o EPL expandiu rapidamente suas áreas de operações de bombardeiros sobre as águas, ganhando experiência em regiões marítimas críticas e provavelmente treinando para ataques contra alvos dos EUA e aliados.”
No ano passado, o presidente da China, Xi Jinping, ordenou ao Exército Popular intensificar os seus esforços para desenvolver uma força capaz de “lutar e ganhar” guerras. “O propósito destas reformas é criar uma força terrestre mais móvel, modular e letal capaz de ser o núcleo das operações conjuntas e de cumprir a orientação de Xi Jinping de ‘lutar e ganhar'”, assinala o relatório.
Com quase um milhão de homens, o Exército Popular é a maior força terrestre permanente do planeta. Neste ano, a Força Aérea chinesa pousou bombardeiros em ilhas e recifes do Mar do Sul da China, como parte de um exercício de treinamento na região disputada.
Em janeiro o Pentágono fez da contraposição a Pequim, além da Rússia, um dos pilares de sua estratégia de defesa.
Embora Washington e Pequim mantenham um canal de entendimento  entre seus militares para conter as tensões, essa válvula de escape foi posta à prova nos últimos meses. Em maio, o Pentágono cancelou um convite enviado à China para participar de um exercício naval multinacional.
No mês seguinte,  o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, tornou-se o primeiro chefe do Pentágono a visitar a China desde 2014.
(Com AFP e Reuters)


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