Testemunhas dizem que ele foi agredido com pancada na cabeça em festa.
Celebridade nas redes sociais, Lucas Lima disse que iria deixar 'rolezinhos'.
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Lucas Lima em foto de janeiro (Foto: Paulo Toledo Piza/G1) |
O estudante Lucas Oliveira Silva de Lima, de 17 anos, um dos participantes de "rolezinhos" em shoppings de São Paulo, morreu no sábado (5). Segundo boletim registrado no 24° Distrito Policial (Ponte Rasa), testemunhas dizem que o adolescente foi agredido com uma pancada na cabeça durante uma festa.
O delegado José Manoel Lopes, 64° Distrito Policial (Cidade A. E. Carvalho), disse que vai apurar se o adolescente foi assassinado. De acordo com a Polícia Civil, a causa da morte foi "traumatismo craniano provocado por um objeto contundente".
Os familiares relataram à polícia que o jovem saiu de casa na sexta-feira (4) dizendo que iria a uma festa e depois dormiria na casa de um irmão. No sábado, por volta das 18h30, o pai do garoto, Luiz Carlos Lima, voltou do trabalho e foi informado sobre a agressão por um conhecido.
No boletim de ocorrência, o pai disse que a família decidiu então buscar informações sobre o filho nos hospitais da região. Funcionários do Hospital Alípio Corrêa Netto contaram aos parentes que o garoto já chegou morto ao centro médico.
Por volta das 15h, investigadores seguiram até o hospital para saber quem prestou socorro ao jovem. O pai de Lucas Lima prestou depoimento nesta tarde. "Quero que a Justiça seja feita, mas revolta não tenho, é um sentimento muito grande", disse o pai do jovem. "Neste momento eu não tenho palavras [para expressar o que sinto]. Graças a Deus sou uma pessoa forte para estar confortando todos à minha volta", disse.
Famoso no Facebook
Seguido por 56 mil pessoas no Facebook,Lucas deu entrevista e gravou um vídeo para o G1 (veja acima) publicado no dia 15 de janeiro. O estudante contou que frequentava os "rolezinhos" desde o fim de 2013 para se divertir, cantar funk e conhecer pessoas. Mas, com o tumulto ocorrido no começo do ano no Shopping Metrô Itaquera, ele decidiu "se afastar" desses encontros. "Não quero cair em cadeia por causa disso", afirmou na época.
Na ocasião, Lucas foi um dos jovens abordados pela Polícia Militar. Apontado como um dos organizadores, o estudante foi intimado por um oficial de Justiça, mas negou ter sido o organizador do evento.
"Ele (oficial de Justiça) me disse que, caso acontecesse baderna em um outro 'rolê', eu teria que pagar R$ 10 mil. Não tenho como pagar tudo isso", afirmou. Por não ter o dinheiro, o jovem temia ser detido se recebesse a multa.
Morador de Itaquera, Lucas vivia com a família em uma casa simples localizada em uma viela a poucas quadras do shopping da Zona Leste. O centro de compras era um dos lugares mais frequentados por ele. Era lá que o adolescente gastava o dinheiro (acumulado em bicos como auxiliar de pedreiro e estoquista, entre outros) com roupas de marca. Vaidoso, ele gostava de usar roupas da Oakley, Adidas e Polo Ralph Lauren.
Início dos 'rolezinhos'
Os encontros começaram como "pancadões", contou Lucas ao G1. Jovens marcavam de se reunir em ruas perto de escolas do bairro para cantar e ouvir funk. Com o interesse e o consequente aumento do número de participantes, eles decidiram se encontrar em shoppings. "A gente queria marcar no estacionamento, porque cabe mais gente."
O estudante lembrava com carinho dos primeiros "rolezinhos". "A gente conhecia muitas pessoas, fazia amizades. E ficava com as meninas. Em cada um, eu fiquei com umas seis, sete", contou.