Nunzio Scarano, 61 anos, é suspeito de ajudar amigos ricos a levar milhões de euros para a Itália
Um monsenhor suspeito de tentar ajudar amigos ricos a levar milhões de euros para a Itália ilegalmente foi preso nesta sexta-feira (28), como parte de uma investigação no Banco do Vaticano. O monsenhor Nunzio Scarano, de 61 anos, trabalhava como contador da administração financeira do Vaticano e já estava envolvido em outra investigação realizada por juízes do Sul da Itália.
A detenção acontece dois dias depois de o Papa Francisco ter nomeado uma comissão especial de inquérito para investigar as atividades da instituição, que é formalmente conhecida como o Instituto para Obras de Religião (IOR), e tem sido atingida por vários escândalos nas últimas décadas.
Scarano foi preso em uma paróquia da periferia de Roma e levado para uma delegacia da capital italiana, informou o advogado Silverio Sica. Também foram detidos na investigação Giovanni Zitto, um membro do serviço secreto da Itália, e Giovanni Carenzio, um corretor financeiro.
Segundo o advogado, Scarano foi acusado de envolvimento numa tentativa de ajudar amigos a levar € 20 milhões de euros (US$ 26 milhões) da Suíça para a Itália em um avião particular, em conluio com o agente do serviço secreto e o intermediário financeiro. O religioso teria dado € 400 mil ao agente secreto para lhe ajudar a levar o dinheiro ao país. O advogado, no entanto, afirma que a soma nunca deixou a Suíça. Não ficou claro qual o papel que o banco tinha no esquema.
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse em comunicado que autoridades da Santa Sé estavam prontas para cooperar com a investigação, mas que até então não haviam recebido nenhum pedido oficial.
Segundo Sica, amigos ricos teriam doado dinheiro a Scarano para que ele pudesse construir uma casa para doentes terminais. Segundo o advogado, seu cliente queria usar esse dinheiro para pagar sua hipoteca para que ele pudesse vender um imóvel em Salerno e usar os recursos para construir o espaço.
Na véspera, Scarano havia sido afastado de seu cargo devido a uma outra investigação, liderada pela promotoria de Salerno. Ele é acusado de lavagem de dinheiro, numa forma de ocultar € 560 mil, atribuindo a soma a doações.
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