sábado, 13 de junho de 2015

Jean: cristofobia é coisa de 'sacripanta' e escárnio a LGBT

Parlamentar fez críticas à proposta defendida por Eduardo Cunha (PMDB)

Janaina Garcia
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) reagiu nesta sexta-feira às declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ontem prometeu urgência em votar o projeto de lei que torna a “cristofobia” crime hediondo . De autoria do deputado Rogério Rosso (PSD-DF), o texto aumenta a pena de ultraje a culto para até oito anos de prisão. Para Jean, coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT da Câmara e integrante da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, Cunha “é um sacripantas” em defender a proposta.
“Para mim, uma pessoa que investe em uma pauta conservadora, que alimenta ódio e estigma sobre segmentos da população para criar uma cortina de fumaça que esconda as denúncias de envolvimento dele em denúncias de corrupção é um sacripantas”, disse. Cunha foi um dos mais de 40 denunciados pela Procuradoria Geral da República, em março passado, no escândalo da operação Lava Jato. O peemedebista, no entanto, nega participação no esquema de corrupção investigado na Petrobras.
"Projeto da 'cristofobia' é uma jogada demagógica e é inconstitucional, porque o Estado brasileiro é laico e não privilegia nenhuma religião em detrimento das outras", diz o deputado
"Projeto da 'cristofobia' é uma jogada demagógica e é inconstitucional, porque o Estado brasileiro é laico e não privilegia nenhuma religião em detrimento das outras", diz o deputado
Jean foi um dos palestrantes do ciclo de conferências “Cidades Rebeldes”, promovido em São Paulo pela editora Boitempo em parceria com o Sesc. Hoje, ele foi uma das atrações na palestra “Que cidade queremos? Apontamentos para o futuro da cidade”, ao lado da psicanalista Maria Rita Kehl, da urbanista Ermínia Maricato, do escritor Paulo Lins e do secretário de Cultura do município, Nabil Bonduki. O encontro foi mediado pelo jornalista Leonardo Sakamoto, da ONG Repórter Brasil.
O requerimento de urgência em relação ao projeto da “cristofobia” foi protocolado ontem pelo deputado Rogério Rosso (PSD-DF), autor do texto que endurece o tema. “Se tiver a urgência dos líderes, eu ponho para votar”, disse Cunha em entrevista a jornalistas. O regime de urgência acelera a tramitação da proposta na Casa.
Para Jean, o projeto não deve ir adiante “porque é inconstitucional”. “É uma jogada demagógica e é um projeto inconstitucional, porque o Estado brasileiro é laico e não privilegia nenhuma religião em detrimento das outras – é feito de judeus, muçulmanos, devotos religiosos de matrizes africanas, cristãos católicos, evangélicos e ortodoxos, além de agnósticos e ateus, ou seja, o Estado não dá prioridade a nenhuma das religiões”, argumentou o parlamentar. “Dar um tipo penal à ‘cristofobia’ é priorizar a religião cristã, e, além disso, ‘cristofobia’ nem existe, é um delírio de Cunha: na verdade, é um escárnio até com uma causa histórica da comunidade LGBT pela criminalização da homolesbotransfobia”, comparou.
O psolista afirmou que há deputados dispostos a pedir a inconstitucionalidade da matéria no Supremo Tribunal Federal (STF), caso ela passe no Congresso, mas observou que mesmo parlamentares poderiam ficar sujeitos ao aumento da penalidade.
“O primeiro preso a amargar pena maior de prisão proposta por esse projeto de lei seria [o deputado federal] Marco Feliciano (PSC-SP), porque tem circulado um vídeo em que ele faz ofensas terríveis ao crucifixo católico em tampa de caixão, porta de cemitério e até no pescoço das pessoas, por exemplo. Acho lamentável que Eduardo Cunha entre nessa jogada da bancada de fundamentalistas religiosos por causa de uma representação artística na Parada LGBT e silencie, de outro modo, com pastores que já incitaram violência na TV contra religiões africanas”, criticou. “É uma jogada demagógica, por tudo isso digo: ele é um sacripanta”, reforçou.
Deputado dá "sugestão" a pais de alunos LGBT em SP
Jean também lamentou a comissão de finanças da Câmara de Vereadores de São Paulo ter retirado, esta semana, questões afetas a gênero do texto do plano municipal de educação, em tramitação no legislativo municipal desde 2012. Por oito votos a um, na última quarta-feira, a comissão conseguiu retirar do projeto expressões como “diversidade”, “gênero” e “travesti”.
“A Câmara de Vereadores de São Paulo reproduziu o que já tinha acontecido com o Plano Nacional de Educação [sancionado pela Presidência ano passado]: apesar de todo o debate em torno do plano, com a Comissão de Educação e depois de várias audiências públicas, um dos pontos que era considerado era alunos e professores na sua diversidade de orientação sexual e identidade de gênero. Mandamos para o Senado, e, lá, as igrejas fundamentalistas e a direita católica fizeram um lobby de modo que todo o texto foi modificado”, lembrou.
Na avaliação do parlamentar, os vereadores em São Paulo precisam ser cobrados pela atitude pelos pais dos alunos afetados pela retirada das questões de gênero.
“A atitude dos vereadores é lamentável, além de ser fruto de uma estupidez: não é negando a existência de identidade de gênero em um texto do plano de educação que eles vão conseguir eliminar da existência os homossexuais. Nós existimos, ainda que a lei não nos contemple. Acho que cada pai e mãe de lésbicas, gays e transexuais dessa cidade deveria escrever uma carta ou e-mail e mandar para esses  vereadores estúpidos que fizeram essa modificação. Deveriam dizer a eles que são representantes da totalidade povo de São Paulo, que é diverso, feito de negros e brancos, nordestinos e paulistanos, nascidos aqui, de ricos e pobres, de gays, lésbicas, transexuais e travestis, pessoas sui generis... A Câmara tem que representar essas pessoas que contribuem com seus impostos”, sugeriu.
No evento em São Paulo, o parlamentar também lançou o livro sobre violência policial "Bala Perdida", pela editora Boitempo Editorial, assinado com outros 22 autores.

VALE TRANSPORTE PARA VISITANTES DE BANDIDOS PRESOS É APROVADO

Lista de deputados que aprovaram vale-transporte para visitantes de bandidos presos, pago com o nosso dinheiro

Minc Freixo
Carlos Minc e Marcelo Freixo: sempre do lado dos bandidos
A pedido dos leitores, consegui a lista dos 38 deputados do Rio de Janeiro que votaram a favor do vale-transporte para visitantes de bandidos presos.
Não: os parentes de suas vítimas não têm direito nem mesmo a vale-transporte para visitá-las no hospital, mas a família inteira terá de pagar, junto ao resto dos cidadãos de bem, a condução dos visitantes daqueles que as roubaram, feriram, espancaram, estupraram e/ou mataram.
Ainda pretendo analisar aqui o discurso picareta do deputado Marcelo Freixo durante a votação, ao anunciar o “sim” de toda a bancada do PSOL, o partido que continua fazendo jus ao seu terrorista fundador.
Por ora, destaco apenas que:
- o deputado Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente e notório propagandista da marcha da maconha e da “descriminalização” do usuário, deu a sua colaboração política para os traficantes que lucram com a sua propaganda.
- os deputados Martha Rocha e Zaqueu Teixeira, ambos não apenas delegados e ex-chefes da Polícia Civil, mas também membros da Comissão de Segurança e Assuntos de Polícia da Alerj, já podem ser transferidos para a Comissão de “Direitos Humanos”, onde poderão defender os interesses dos bandidos com maior facilidade.
Transcrevo abaixo a lista dos votantes, conforme anunciada na Assembleia Legislativa do estado, e saúdo os 3 deputados que cumpriram sua obrigação moral votando “não”.
O SR. PRESIDENTE (Wagner Montes) – Proclamo o resultado.
Votaram “sim” os Srs. Deputados:
- Ana Paula Rechuan,
– André Ceciliano,
– Bebeto,
– Benedito Alves,
– Bruno Dauaire,
– Carlos Minc,
– Daniele Guerreiro,
– Dionísio Lins,
– Dr. Julianelli,
– Dr. Sadinoel,
– Edson Albertassi,
– Eliomar Coelho,
– Enfermeira Rejane,
– Fábio Silva,
– Jânio Mendes,
– Jorge Fellipe Netto,
– Luiz Martins,
– Luiz Paulo,
– Luiz Martins,
– Marcelo Freixo,
– Marcelo Simão,
– Márcia Jeovani,
– Martha Rocha,
– Milton Rangel,
– Nelson Gonçalves,
– Paulo Ramos,
– Pedro Augusto,
– Pedro Fernandes,
– Renato Cozzolino,
– Rosenverg Reis,
– Samuel Malafaia,
– Tânia Rodrigues,
– Thiago Pampolha,
– Tia Jú,
– Tio Carlos,
– Wagner Montes,
– Wanderson Nogueira,
– Zaqueu Teixeira,
– Zidan
Votaram “não” os Senhores Deputados:
- Filipe Soares,
– Flavio Bolsonaro,
– Zito.
[Reproduzo o voto de Bolsonaro: "Sr. Presidente, os criminosos têm que pensar um pouco melhor antes de tirarem vidas, de assaltarem, de estuprarem, sequestrarem as pessoas. E, obviamente, nem sempre a ementa do Projeto diz tudo sobre o Projeto. Tenho certeza de que a população do Rio de Janeiro não quer que o dinheiro dos impostos que ela paga seja usado para pagar vale-transporte para familiares e visitantes de presos, tenho convicção de que não quer isso. Então, Sr. Presidente, o preso já custa muito caro para o cidadão. Não temos que arcar com mais essa conta. Espero que esta Casa também não tire dos seus cofres o dinheiro para pagar vale-transporte para os visitantes de presos no Rio de Janeiro. Encaminho o voto contra."]
Total de votos, 41; votos “sim”, 38; votos “não”, 3; abstenção, 0.
O Projeto está aprovado.

Vulcão Sinabung entra em erupção na Indonésia


O vulcão Sinabung entrou novamente em erupção na Indonésia, após uma série de alertas emitidos desde o dia 2 de junho.
Vulcao Sinabung
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Sinabung é um estratovulcão de andesito e dacito do período Pleistoceno-Holoceno e se localiza no planalto de Karo, na província da Sumatra do Norte. A montanha tem 2400 metros de altura e é um dos mais ativos vulcões do planeta.
Por causa das repetidas erupções de lava, mais de 25 mil pessoas tiveram que ser removidas do entorno de Sinabung entre 2013 e 2014, quando uma violenta erupção na montanha matou 17 pessoas.