sábado, 30 de janeiro de 2016

ALERTA MÁXIMO PARA ZIKA: Cresce relatos de pessoas que contraíram a doença na Região dos Lagos


A zika ganhou espaço na imprensa no mundo todo nesta semana, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitir alerta para a explosão do vírus em todos os continentes. A situação é tão grave, que a diretora da OMS, Margaret Chan, declarou que o "nível de alarme é extremamente alto, pois a epidemia da doença se espalha de forma explosiva. Estou preocupada com a rapidez com que a situação tem evoluído", disse Chan na entrevista.

A situação requer atenção máxima das autoridades da Saúde, inclusive da Região dos Lagos. Nas redes sociais crescem os relatos de internautas que contraíram a doença. Famílias inteiras que apresentaram os sintômas em Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios, São Pedro da Aldeia e Araruama. Não há dados oficiais do número de casos registrados e comprovados, emitidos pelas Secretarias Municipais de Saúde da região. A equipe do Portal RC24h está buscando essa informação junto à cada município. Mas só pelos relatos nas redes sociais, dá para se ter uma ideia de quão grave está o avanço da zika na Costa do Sol.

A internauta Ariadne Ricardo Félix contou que sete pessoas próximas a ela tiveram zika. "Minha sobrinha, meu sobrinho e eu, pegamos ao mesmo tempo, trabalhamos juntos. O rapaz ao lado da minha loja e o que mora em cima, minha amiga e meu irmão também. Ao todo sete pessoas", contou.


O mesmo aconteceu na família de Sharlaine Santos Areas. "Minha sogra e todos da casa dela que são sete pessoas tiveram zika". Jacicleide da Silva também teve muitos casos próximos. "Minha irmã, mãe, sobrinho e sobrinha, Pai, avó e tias. Todos com zika".

Neuzan Zaza Andrade teve a doença e contou como foi difícil. "Eu peguei Zika e foi a forma mais terrível. Fiquei quase um mês com inchacos nas articulações e vermelhão em todo corpo, sem contar conjutivite. E outra ela mexe com orgãos e parece uma bomba dentro da gente", contou.

Aretuza Maia contou que só o bebê não teve a doença ainda. "Aqui em casa só não pegou o bebê de um mês. Mas eu, meu marido e meu filho mais velho estamos com isso e é horrível!", relatou a internauta.

A internauta Kris Guerreira contou que pegou a doença na semana do Natal. "Começou com uma infecção urinária e eu entrei no antibiótico. Depois começou a inchar os pés, pernas e mãos. Fui no HCE (Hospital Central de Emergência) e fiz os exames, mas perderam os mesmos e tive que refazer. Na época, o medico falou que, embora não tivesse como provar e nem apresentava machas ainda, era para cuidar dos sintômas. Cheguei ao ponto de ficar sem andar e aos poucos foi melhorando. Os sintômas variam em cada pessoa. O HCE não têm estrutura nenhuma para identificar a zika e tratar", relatou a internauta. 

O internauta Carlinhos de Nina, contou que 13 pessoas da família dele tiveram a doença. "Várias pessoas que conheço tiveram a doença. Na minha família, que é da Praia do Siqueira, não escapou ninguém, 13 pessoas tiveram zika", contou.

Joel taxista, de Búzios, contou como foi que descobriu que está com zika. Veja o vídeo:



MAS O QUE É A ZIKA?

É uma doença viral aguda, transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a chicungunha, caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.

NO BRASIL, OMS ESTIMA 1,5 MILHÃO DE CASOS DE ZIKA

O vírus zika pode infectar de 3 milhões a 4 milhões de pessoas nas Américas, incluindo 1,5 milhão no Brasil, estimou Marcos Espinal, diretor da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), entidade vinculada à OMS. Espinal disse que um estudo que ainda será publicado sugere uma correlação entre o zika e a microcefalia em recém-nascidos no Brasil.

"Não sabemos ainda se o vírus cruza a placenta e gera ou causa microcefalia. Achamos que tem algum papel. Não há dúvida sobre isso", disse Espinal.

No encontro em Genebra, o Diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, apresentou por telefone dados sobre os casos de microcefalia no país e ressaltou que o ministério trabalha apoiando institutos de pesquisa para desenvolver uma vacina.

COMBATE AO MOSQUITO É IMPORTANTE

Para evitar a proliferação da doença, a chave está no combate ao mosquito Aedes aegypti, que consiste em: não deixar água limpa acumulada em lugar nenhum.

Sírios morrem de fome na cidade sitiada de Madaya

Outras dezesseis pessoas morreram de fome na cidade síria rebelde de Madaya (oeste), sitiada pelas forças pró-regime, desde que comboios humanitários conseguiram autorização para entrar na localidade em meados de janeiro, denunciou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"A MSF dispõe de relatórios médicos claros indicando que 46 pessoas morreram de inação em Madaya desde 1º de dezembro", afirmou a organização neste sábado à AFP.

Os casos atuais de desnutrição são estimados em 320 nesta cidade a oeste de Damasco, incluindo 33 pacientes em "perigo mortal", segundo a MSF.
"O número de vítimas é certamente maior, porque há relatos de pessoas que teriam morrido de fome em suas casas", acrescenta MSF.
"Os habitantes da cidade síria sitiada de Madaya continuam a morrer de fome, apesar dos comboios de ajuda humanitária", lamentou MSF, que chamou a situação de "inaceitável".
A organização humanitária acusa as forças leais ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad de "continuar a bloquear o fornecimento do equipamento médico e medicamentos essenciais".
"É necessária uma presença médica permanente e independente em Madaya, porque acreditamos que a situação médica vai piorar, enquanto o acesso aos cuidados para as pessoas é extremamente limitado", defende o diretor de operações de MSF, Brice de Vingne.
Madaya, onde mais de 40.000 pessoas vivem sob o cerco há meses, se tornou um símbolo do sofrimento da população civil na Síria desde o início da guerra, em 2011.
O destino desta cidade também é um ponto sensível para a realização das atuais negociações de paz para a Síria em Genebra.
Os principais grupos de oposição sírios reunidos em Riad nos últimos dias exigem a implementação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que ordene o fim dos bombardeios em áreas civis e um acesso humanitário às áreas sob cerco.
Segundo a ONU, cerca de 486 mil sírios vivem em cidades sitiadas pelas forças do regime, os rebeldes ou os jihadistas do Estado Islâmico (EI).
                                        

A operação que permitiu a entrada de alguns comboios humanitários em Madaya em meados de janeiro também envolveu as cidades xiitas de Fua e Kafraya, cercada pelos rebeldes na província de Idleb (noroeste), mas onde a situação era considerada menos catastrófica do que em Madaya.
As organizações humanitárias têm apelado repetidamente para o acesso incondicional aos civis sitiados em conformidade com o direito humanitário internacional.
O chefe das operações humanitárias da ONU lamentou esta semana que 75% dos pedidos de acesso para assistência humanitária foram ignoradas pelo governo sírio.
A guerra civil na Síria começou em março de 2011, com manifestações pacíficas em defesa da democracia, mas, reprimidas de forma sangrenta pelo regime do presidente Assad, o conflito degenerou-se em revolta armada. Com o passar do tempo e o surgimento de vários grupos, tem se tornado cada vez mais complexa, com uma multiplicidade de beligerantes.
A guerra já causou mais de 260.000 mortos e milhões de deslocados.

http://g1.globo.com/

Estudantes selecionados no ProUni têm até segunda-feira para fazer matrícula

Os candidatos selecionados para uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) têm até a próxima segunda-feira (1º) efetuar a matrícula na instituição de ensino. É responsabilidade do estudante verificar nas unidades de educação superior os horários e o local onde deve comparecer para a comprovação das informações prestadas no momento da inscrição.
O resultado da primeira chamada do ProUni pode ser acessado na página do programa, na Central de Atendimento, pelo telefone 0800-616161, e nas instituições de ensino participantes.
A segunda chamada será divulgada no dia 12 de fevereiro, e a comprovação das informações dos pré-selecionados nesta etapa deverá ser feita até 18 de fevereiro. 
Quem não for pré-selecionado em nenhuma das duas chamadas poderá entrar na lista de espera, exclusivamente para o curso correspondente à primeira opção.
 O interesse em participar da lista de espera deve ser manifestado pelo candidato entre 26 a 29 de fevereiro de 2016, na página do ProUni.
Nesta edição, o programa ofertou 203.602 bolsas de estudos em 30.931 cursos de instituições particulares de educação superior. O número de inscritos foi recorde: foram registrados 1.599.808 candidatos e 3.108.422 inscrições — cada estudante pode fazer, em ordem de preferência, até duas opções de instituição, curso e turno dentre as bolsas disponíveis.
Por meio do programa, estudantes concorrem a bolsas de estudos parciais e integrais em instituições particulares de educação superior, com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

http://www.correio24horas.com.br/

Forte temporal em Porto Alegre deixa mais de 250 mil casas sem energia

A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) do Rio Grande do Sul informou hoje (30) que cerca de 340 mil clientes ficaram sem fornecimento de energia no estado, 90% deles em Porto Alegre, em função do temporal atípico que atingiu a cidade na noite de ontem (29). Ao meio dia, 261 mil clientes continuavam sem energia. Equipes de outros municípios foram realocadas para a capital, mas ainda não há previsão de quando o fornecimento será retomado.


                                        


De acordo com o Sistema de Vigilância Meteorológica de Porto Alegre, a cidade foi atingida por um dos piores temporais da história recente. “A tempestade foi incomum pela violência e longa duração (quase uma hora). Uma das mais intensas das últimas décadas em Porto Alegre”, informou, em suas redes sociais.

Os ventos chegaram a 119,5 quilômetros por hora (km/h) na estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no bairro Jardim Botânico. “Extremamente raro esta estação ter vento acima de 100 km/h. A medição no Aeroporto Salgado Filho aeroporto indicou vento de 87 km/h”, disse o Metroclima.


Mais de 300 árvores caíram em Porto Alege e muitas atingiram a rede de transmissão de energia elétricaImagem Ivo Gonçalves/PM-PA

A companhia energética do estado alertou que mais de 300 árvores caíram, rompendo fios de energia pelas ruas. A assessoria do Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic) informou que as equipes de serviços e atendimento à população estão nas ruas desde a madrugada e pediu que as pessoas não se aproximem dos galhos e telhas pois podem estar com fios energizados.

O prefeito em exercício de Porto Alegre, Sebastião Melo, se reuniu, no Ceic, com os secretários municipais e gestores da prefeitura, além de representantes do Corpo de Bombeiros e da CEEE, para avaliar os prejuízos e definir as ações de emergência.

“Essa reunião se repete no fim da tarde com a Brigada Militar e o Exército Brasileiro, com todo o esforço no sentido de recuperamos a cidade. A primeira orientação é pedir às pessoas que não cortem árvores. Nós alinhamos as prioridades, que são a retomada do fornecimento de energia elétrica, porque gera água, e a retirada das árvores”, disse Melo.

A manhã deste sábado teve sol e calor, mas à tarde retorna a atenção ao risco de tempo severo, informou o Metroclima. O Inmet também mantém alerta de perigo no domingo (31) para chuvas intensas em todo o Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina e Paraná, com risco de descargas elétrica, alagamentos e queda de árvores e galhos.

Atendimentos

Segundo o Ceic, 75 vias estão, parcial ou totalmente, bloqueadas por árvores ou postes e mais de 50 semáforos estão desligados. Das seis estações de água, quatro estão fora de operação por falta de energia elétrica. A Defesa Civil recebeu 200 chamadas de emergência; 55 pessoas foram atendidas no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, 32 feridas por queda de objetos, 22 por cortes de vidro ou madeira e uma com queimadura leve por raio.

Os principais locais atingidos foram a Região Central, Zona Sul, bairro Jardim Botânico e Petrópolis. A prefeitura de Porto Alegre informou ainda que o carnaval de rua que seria realizado neste sábado no bairro Cidade Baixa, foi cancelado por medidas de segurança.

http://www.jornalfloripa.com.br/

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Zika: Brasil está diante de epidemia que chama a atenção do mundo, diz ministro

Agência Brasil
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou nesta sexta-feira (29) que o Brasil está diante de uma epidemia que chama a atenção do mundo, ao se referir ao avanço do vírus Zika no País. A declaração surge um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocar um comitê de emergência para tratar do assunto.
Ministro da Saúde, Marcelo Castro, lembra que o Aedes aegypti circula atualmente em pelo menos 113 países e está no Brasil há cerca de 30 anos
Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Ministro da Saúde, Marcelo Castro, lembra que o Aedes aegypti circula atualmente em pelo menos 113 países e está no Brasil há cerca de 30 anos
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O ministro lembrou que o Aedes aegypticircula atualmente em pelo menos 113 países e está no Brasil há cerca de 30 anos. Para ele, acabar com os criadouros é uma tarefa difícil, mas não impossível. "O governo está fazendo a sua parte. Nunca houve na história deste país uma mobilização tão efetiva", disse. "São fundamentais e mais necessárias ainda a participação e a mobilização da sociedade".Durante cerimônia de mobilização contra o mosquito Aedes aegypti no próprio prédio do ministério, Castro disse que os servidores da pasta precisam dar o exemplo em primeiro lugar. "Não temos ainda a vacina, o remédio para combater o vírus. O que nos resta é o trabalho cotidiano e ininterrupto para destruir os criadouros do mosquito."

Experimentos detectam aumento de raios cósmicos na atmosfera

Nos últimos anos, diversos monitores de nêutrons ao redor do mundo registraram um aumento significativo de partículas de alta energia que chegam à estratosfera, provavelmente em consequência do declínio da atividade solar.
Foto do Sol feita no observatorio Apolo11
Foto do Sol feita pelo Observatório Apolo11, em São Paulo, em 10 de novembro de 2015. A baixa atividade da estrela é a provável causa do aumento dos raios cósmicos registrados na Terra.

Na realidade, os raios cósmicos não são raios, mas prótons de energia extremamente altas, originados fora do Sistema Solar, provavelmente disparados durante explosões supernovas de estrelas maciças. Quando chegam à Terra, essas partículas penetram na atmosfera superior e dependendo da energia, podem chegar à superfície.
Geralmente, os detectores de raios cósmicos são experimentos levados a grandes altitudes, normalmente nas regiões polares, já que o campo magnético da Terra conduz e concentra as partículas naquelas regiões, facilitando a detecção.
Recentemente, diversos detectores instalados não só nos polos, mas também em outras regiões globais, observaram uma tendência bastante significativa no aumento dessas partículas, levando estudantes e pesquisadores a questionar o motivo desse incremento.
O gráfico abaixo mostra a contagem de partículas feitas em 2015 em dois lugares diferentes da Terra: na Califórnia e no Círculo Polar Ártico.

Raios Cosmicos
Aumento dos raios cósmicos em consequencia da baixa atividade solar
Ambos os gráficos mostram que a quantidade de partículas que atingiram os detectores cresceu em concordância, revelando que durante as medições os instrumentos foram bombardeados por quantidades crescentes de partículas vindas do espaço.
Os raios cósmicos são bastante sensíveis à atividade solar e distúrbios significativos na estrela, como tempestades solares ou ejeções de massa coronal tendem a varrer as partículas, diminuindo as chances dos prótons atingirem a Terra.
Por outro lado, a baixa atividade solar age de forma contrária, permitindo que mais partículas alcancem o planeta, já que a proteção natural fica enfraquecida.
Ao que tudo indica, o crescimento observado pelos sensores é consequência direta da menor atividade solar, uma vez que o pico do Ciclo Solar 24 já passou e a tendência para os próximos anos é de queda na atividade, com alguns momentos mais intensos. Consequentemente, podemos esperar um aumento na incidência de raios cósmicos a atingir a Terra.

Riscos
Quanto maior a altitude em relação ao nível do mar, maior a quantidade de raios cósmicos a que estamos submetidos.
Os estudos revelam que uma pessoa que cruza os EUA de costa a costa, a bordo de um avião comercial, uma única vez, pode absorver a mesma radiação equivalente a 5 chapas de raios-x.
Da mesma forma, os raios cósmicos podem afetar todos aqueles que vivem ou trabalham em grandes altitudes, como astronautas no espaço ou alpinistas e escaladores.


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Brasil deve se preparar para zika endêmica, dizem cientistas

Foto: APImage copyrightAP
Image captionAgentes de saúde aplicam inseticidas contra o mosquito transmissor do zika no Sambódromo, no Rio de Janeiro
O Brasil deve se preparar para que o zika vírus se torne uma doença endêmica tanto em território nacional como em outros países de América Latina, em um cenário semelhante ao que ocorre com a dengue – que desde os anos 1990 teve o número de casos multiplicados na região.
O aviso vem de cientistas ouvidos pela BBC Brasil para analisar os possíveis desdobramentos no surto que já atingiu mais de 20 Estados brasileiros e pelo menos duas dezenas de países no continente. Entre eles o entomologista e médico Andrew Haddow, neto de Alexander Haddow, um dos três cientistas que em 1947 isolaram pela primeira vez o zika vírus.
A projeção é de um cenário preocupante diante da possível relação do vírus com os 4 quatro mil casos sendo investigados de possível microcefalia no Brasil.
Para os especialistas, o país apresenta condições ideais para uma proliferação ainda maior do vírus do que a registrada até agora.
O principal fator é a resistência do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença, e que voltou a infestar centros urbanos no Brasil depois de duas vezes erradicado nas últimas décadas.
Dados do Ministério da Saúde mostram o avanço dengue no país. Foram 40 mil casos registrados em 1990. No ano 2000, o total saltou a mais de 135 mil casos, e superou 1 milhão em 2010. Em 2015, foram mais de 1,5 milhão de casos.
A segunda questão é o fato de que a população brasileira não tem o organismo "preparado" para um vírus que, até o atual surto, não tinha sido registrado fora de países de África, Ásia e Oceania.

'População inocente'

"A velocidade transmissão do zika no Brasil não é surpresa porque o vírus tem oAedes aegypti como o principal vetor de transmissão, e o país tem o que se pode chamar de 'população inocente', que não não foi anteriormente exposta. Parece-me bastante improvável que o Brasil e outros país da América Latina afetados livrem-se do zika, que tende a se tornar endêmico na região", afirmou Haddow, em entrevista por telefone à BBC Brasil.
Uma endemia é uma doença típica e frequente em uma determinada região, por vezes em algumas épocas do ano.

Casos de Dengue no Brasil

Crônica de uma endemia

1,64 milhão
de casos em 2015
40 mil
casos em 1990
  • 843 mortes em 2015
AFP
Haddow, que trabalha como pesquisador da Divisão de Virologia do Departamento de Defesa dos EUA, classificou o surtro brasileiro como um "grande alerta" para necessidade de mais estudos sobre zika, em especial por causa da possível correlação do vírus com a má-formação em bebês.
Em 2012, o cientista fez uma apresentação em uma conferência virologistas nos EUA em que argumentou que o vírus estaria prestes a se espalhar.
"Estava claro que havia a possibilidade de uma distribuição geográfica ainda maior do que apenas a África e a Ásia, mas acredito que muitos casos de zika, inclusive no Brasil, tenham sido diagnosticados erroneamente como dengue por causa dos sintomas semelhantes entre as duas doenças. Os casos de microcefalia no Brasil, ainda que não tenham sido definitivamente provados como consequência do zika, mudarão esse cenário", completou o americano.

'Endêmica e epidêmica'

A epidemologista Jane Messina, da Universidade de Oxford, coautora de um estudo de 2013 sobre o risco de contração de dengue no Brasil durante os meses da Copa do Mundo, também projeta um quadro de expansão do zika em território brasileiro. "Não vejo razão que para que o surto seja diferente do que aconteceu com a dengue no Brasil, ainda que conheçamos pouco sobre o vírus e seja um pouco cedo para se especular."
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Foto: GettyImage copyrightGetty
Image captionSoldado do Exército inspeciona caixa d'água no Recife. Ação das autoridades foi elogiada por especialista americano
Messina também adota essa cautela para discutir as possíveis implicações para mulheres brasileiras e latino-americanas grávidas ou que pensem em engravidar. "Não há solução simples. Além da diminuição da população de mosquitos, tudo o que se pode fazer é seguir as orientações das autoridades nacionais e internacionais de saúde. E avaliar os riscos", completou a epidemiologista.
O diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan, Alexander Precioso, também prevê um cenário de zika endêmico.
"O vírus é muito recente. A maior parte da população não está imune, ou seja, é suscetível ao zika. Vivemos hoje com o mosquito disseminado por todo o país e, mais, pelas Américas. O número de casos vai aumentar progressivamente. Há uma situação ideal para a doença ser endêmica e epidêmica", alerta.

Desconhecimento

O que piora a situação é o desconhecimento dos cientistas a respeito do vírus. Não se sabe, por exemplo, se uma pessoa que contraia o zika ficará imune, apesar de que especialistas do Brasil e dos Estados Unidos entrevistados pela BBC Brasil acreditam que sim. Também não se pode prever se o vírus sofrerá mutações.
"Evolução vale para todos os organismos", alerta Precioso. "Basta ver o influenza (vírus da gripe), que demanda uma vacina diferente todo ano."
O pesquisador do Butantan lembra que nem sequer é possível estabelecer com certeza uma relação direta entre o zika e os casos de microcefalia.
"A hipótese é forte, mas ainda não há uma comprovação (científica). Assim como ainda não se sabe se há transmissão por contato sexual", diz.
O americano Haddow elogiou os esforços do Brasil em intensificar as campanhas de combate ao Aedes aegypti, incluindo a mobilização de milhares de homens das Forças Armadas.

Olimpíada

"Na minha opinião, as autoridades brasileiras até reagiram rápido, pois o zika nas últimas décadas tinha sido ignorado pelas principais autoridades. O que se pode fazer agora é tentar reduzir as chances de contágio".
O americano, no entanto, não acredita que a Olimpíada deva ser simplesmente classificada como "de risco".
"As pessoas viajam para outros lugares do mundo onde há doenças graves transmitidas por mosquitos, como a malária. Há vírus em outros lugares do mundo que não o Brasil. O surto de zika serve para mostrar como a globalização e as mudanças climáticas estão criando condições para a propagação de doenças ao redor do mundo", finalizou Haddow.

Afinal, Nibiru e Planeta Nove são a mesma coisa?

O anúncio da possibilidade de haver um novo planeta nos confins do Sistema Solar causou grande euforia entre o pessoal que acredita na existência do planeta Nibiru, a maior parte desdenhando o conhecimento científico atual.

Nibiru
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Desde que Michael Brown publicou o paper (trabalho científico) sobre a hipótese de que um novo objeto orbitava no Sistema Solar, milhares de pessoas passaram a desdenhar sobre o estudo, afirmando que o povo Sumério já sabia da existência desse planeta há milhares de anos. Segundo eles, esse corpo se chama Nibiru e já pode ser visto por telescópios.
A maioria das pessoas que acredita nessa história costuma argumentar que Nibiru está vindo em nossa direção. No Brasil, os adeptos da existência de Nibiru costumam evocar a música "Segundo Sol", de Nando Reis, como uma espécie de profecia interpretada por Cássia Eller.
Diferente de argumentos e hipóteses científicas que precisam ser provados e quase sempre são reformulados para refletir a realidade, Nibiru é uma fábula em que muitas pessoas preferem acreditar, já que é uma história interessante, fácil de ser entendida e não precisa ser provada.

O que é Nibiru?
Para quem não sabe, Nibiru é um planeta hipotético, proposto pelo escritor e arqueólogo já falecido, Zecharia Sitchin, após traduzir e interpretar antigos textos sumérios.
Segundo ele, o povo sumério (que existiu na Terra entre 6500 a.C e 1940 a.C) já tinha conhecimento de todos os planetas do Sistema Solar, inclusive Nibiru, que segundo ele orbitaria o Sol de forma altamente elíptica a cada 3450 anos. Para Sitchin, a própria cultura suméria foi criada pelos extraterrestres que viviam em Nibiru, chamados Anunnakis, que aqui chegaram há 450 mil anos.
Pela interpretação de Sitchin, Nibiru estaria atualmente se aproximando do Sistema Solar interior, o que provocaria grandes mudanças nas orbitas dos planetas, inclusive na terra, com a consequente destruição da humanidade. Para os adeptos de Nibiru, diversos fenômenos naturais que ocorrem na Terra já são consequência dessa aproximação.
Segundo os astrofísicos, a fantástica história de Sitchin não se sustenta por diversos motivos e não tem qualquer relação com as descobertas e hipóteses feitas à luz da ciência. No entender dos historiadores (que não são astrofísicos), existem tantas incorreções nas traduções feitas por Sitchin que seus textos nem são usados no apoio às pesquisas modernas.

Crendice
Quando Mike Brown anunciou a possibilidade de um planeta enorme, escuro e de órbita extremamente alongada, exatamente como o proposto por Sitchin, não faltaram risadas e sarcasmos, já que "todos" já sabiam sobre Nibiru, mas sua existência estaria sendo negada pelas autoridades para não criar pânico na população. No entanto, a presença do objeto havia ficado tão evidente que não era mais possível nega-la.
A história de Sitchin encontra eco nas mentes mais avessas ao conhecimento e ao método científico, que esquecem que qualquer história pode ser inventada e coincidentemente pode acontecer. Se amanhã os cientistas descobrirem vida em outros planetas, as risadas vão se repetir, pois essa possibilidade já foi arduamente explorada em filmes e livros de ficção.
Ninguém perguntou se a orbitas do hipotético Planeta Nove e Nibiru são as mesmas, se os períodos orbitais são os mesmos ou se as massas são as mesmas. Ninguém perguntou se a velocidade de deslocamento de Nibiru é possível ou se a própria existência dele é verossímil. Nada disso importa, apenas o desejo de sua existência.
A crendice na existência de Nibiru está ligada não só ao baixo nível no ensino das ciências nas escolas, mas principalmente ao desejo que a maioria das pessoas tem em acreditar em algo superior, extraterrestre, religioso, que possa dar uma lição aos homens, que não cuidam bem do planeta.

O desconhecimento científico e a preferência pelo fácil sobrenatural geram grandes distorções no pensamento de toda uma população. É mais fácil acreditar em uma fábula, desdenhar e rir das conquistas da ciência a entender que somente o conhecimento e estudo podem tirar o indivíduo da escuridão.

OMS diz que zika se difunde de "maneira explosiva"

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, disse nesta quinta-feira (28) que o zika vírus está se difundindo de "maneira explosiva". No Brasil, suspeita-se que o vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, tenha relação com o surto de casos de microcefalia fetal (má formação cerebral em fetos).



"O nível de alarme para a difusão e infeção do zika vírus é extremamente alto", disse Chan, durante um encontro informativo com os países-membros da OMS. "Estou preocupada. Há 23 países com casos confirmados de zika", comentou a diretora, ressaltando que as contaminações estão se difundindo rapidamente, que não existe vacina e que as pessoas não apresentam "nenhuma imunidade" ao vírus.
Foto: Getty Images
"No momento, a relação entre o vírus e outras doenças, como a microcefalia fetal, ainda não foi estabelecida, mas há fortes suspeitas", pontuou Chan. O comitê da OMS se reunirá no dia 1 de fevereiro, em Genebra, para analisar a difusão do zika vírus e para decidir se a situação deve ser considerada uma emergência sanitária internacional.
Até o momento, mais de 20 países e territórios na América já confirmaram casos do vírus: Barbados, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, El Salvador, Guadalupe, Guatemala, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Ilhas Virgens, Martinica, México, Panamá, Porto Rico, Paraguai, República Dominicana, St. Maarten, Suriname e Venezuela.
Nesta semana, a OMS já tinha emitido um alerta de que o vírus deve se espalhar pelo continente americano. A previsão é de que sejam registrados de três a quatro milhões de casos na região. Apenas Chile e Canadá, onde as temperaturas são mais baixas e não favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, devem contabilizar menos infecções. Outros países da Europa, como Itália, também já relataram casos de contaminação.
"No Brasil, realmente está acontecendo alguma coisa, e a única explicação está ligada ao zika", comentou Marcos Espinal, repsonsável por doenças infeccionas na América da OMS. Desde dezembro do ano passado, o Brasil já registrou aproximadamente 3,8 mil casos de zika. No final do ano passado, o Ministério da Saúde estabeleceu a relação entre o aumento da microcefalia no nordeste do país e a infecção por zika. Até agora, as autoridades de saúde brasileiras, com apoio da OMS, estão investigando qual o efeito que o zika poderia ter sobre os fetos.De acordo com a análise preliminar, o risco de aparição de microcefalia e malformações estaria associado com a infecção no primeiro trimestre da gravidez. As grávidas têm o mesmo risco que o resto da população de serem infectadas com o vírus zika, que é transmitido pela picada de um mosquito Aedes contaminado. Muitas delas podem não saber que têm o vírus, por não terem apresentado sintomas. Apenas uma em cada quatro pessoas apresenta sintomas de infecção por zika e, entre as que são afetadas, a doença é geralmente leve.
Os sintomas mais comuns são febre e exantema (erupção cutânea ou urticária), muitas vezes acompanhados por conjuntivite, dores musculares ou nas articulações, com um mal-estar que começa entre dois e sete dias após a picada de um mosquito infectado.
Não há vacina ou tratamento específico para a infecção por zika. Por isso, o tratamento consiste em aliviar os sintomas, inclusive para as grávidas, que devem seguir as recomendações médicas. O vírus da zika é transmitido por picadas do mosquito Aedes aegypt. Ele foi isolado pela primeira vez em 1947, em Uganda, em um macaco na floresta de Zika, mas somente em 1952 foi descrito como um vírus da mesma família dos causadores da febre amarela e da dengue.
Ansa