terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sindicato dos médicos denuncia que 6.000 pacientes morreram em hospitais do Rio em 2011


Infecção hospitalar e falta de leitos são as principais causas
Do R7, com RJ no Ar.Levantamento do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro constatou que 6.000 pessoas morreram nos quatro principais hospitais públicos do Estado entre janeiro e agosto deste ano.
O presidente do sindicato, Jorge Darze, disse que grande parte das mortes pode ter sido provocado por infecção hospitalar devido a falta de leito e por outros problemas de estrutura da unidade.
- São pacientes que ficaram internados vários dias em cadeiras, macas sem um colchonete e, às vezes, até no chão em cima de um papelão. Enfim, são pacientes que estavam internados de uma forma indigna e desrespeitosa.
A falta de estrutura é uma das principais queixas dos médicos, que muitas vezes precisam escolher qual paciente terá direito a um leito e qual precisará esperar sentado no chão pelo atendimento.
Um plantonista, que não quis se identificar, confessou que diariamente ele precisa fazer uma triagem para decidir qual paciente "merece" ser atendido, comparando a situação dos doentes com a de dois personagens da história do Holocausto, que tiveram que escolher quem sobreviveria.
- Nós somos obrigados a criar uma lista de Schindler no plantão, decidindo quem vive e quem morre.
Um levantamento da Associação Nacional de Biossegurança concluiu que 80% das instituições no Brasil não têm um controle adequado dos ambientes. Como consequência dessa total falta de estrutura e de fiscalizações dos órgãos públicos de saúde, isso permite que um paciente internado com uma doença, acabe contaminado por outras enfermidades ainda mais graves, como o caso de Luiz Soares.
Ele foi internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, com dengue e acabou morrendo em consequência de uma pneumonia, que contraiu do contato com outros pacientes.
A Secretaria Municipal de Saúde contestou os números do sindicato. Segundo o órgão, de janeiro a julho deste ano foram registradas 3.109 mortes nas quatro maiores emergências da cidade, conforme os dados do SUS (Sistema Único de Saúde).
Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, nos últimos dois anos R$ 36 milhões estão sendo investidos nas emergências públicas. O recurso é aplicados na capacitação de profissionais e otimização de serviços.



 

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