quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Polêmica: esposas sauditas temem a entrada de empregadas domésticas marroquinas no país


Uma nova medida do governo da Arábia Saudita está gerando muitos protestos por parte das esposas. Um recente projeto planeja substituir as empregadas domésticas normalmente vindas das Filipinas e da Indonésia por marroquinas. As esposas, por sua vez, estão indignadas, pois acham que as marroquinas vão seduzir seus maridos.
As mulheres sauditas estão inundando o Parlamento para protestar contra a proposta. De acordo com um jornal saudita, elas dizem que as marroquinas são bonitas e que isso vai gerar uma ansiedade e preocupação contínua nas famílias. Além de tudo, existe uma crença de que os marroquinos são bons em magia e feitiçaria, e as empregadas poderiam usar isso para atrair os maridos.
Mas não pense que as mulheres do Marrocos devem se animar com essa proposta de emprego: o vácuo no mercado saudita de domésticas é motivado pela brutal violação dos direitos humanos das empregadas, incluindo até decapitações.
Algumas sauditas já anunciaram largar o emprego e ficar em casa para que os maridos não fiquem sozinhos com a empregada. O medo das mulheres de serem trocadas levanta outra questão: o que os maridos estão fazendo em casa? Vivendo os benefícios do petróleo, enquanto as mulheres são as únicas a trabalhar?
As preocupações são tão excedentes que um membro do Parlamento se pronunciou lembrando que “não se devem distinguir as empregadas domésticas da Etiópia, das Filipinas, da Indonésia ou do Marrocos”. Já uma colunista da Arábia assegurou para as suas leitoras que as mulheres sauditas não tinham com o que se preocupar, pois são as “terceiras mais bonitas do mundo”.
Convenhamos: são as empregadas que tem que se preocupar com o abuso desenfreado. Alguns países já se recusam a mandar mulheres para a Arábia Saudita enquanto seus direitos não estiverem garantidos. Semana passada, uma empregada doméstica filipina foi condenada a um ano de prisão por supostamente roubar uma cueca suja do empregador – só para dar um exemplo da terrível maneira que são tratadas as empregadas imigrantes por lá.
Em junho, houve protestos em massa depois de uma avó filipina de 53 anos ter sido executada em território saudita. Uma trabalhadora doméstica da Indonésia foi libertada do corredor da morte depois de passar três anos na prisão por matar um homem que tentou estuprá-la. A Indonésia acionou seu embaixador para a Arábia Saudita e proibiu a entrada de seus trabalhadores no país.

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