domingo, 25 de setembro de 2011

ONDE FICA A HONRA E A DIGNIDADE DESSES HOMENS "DA LEI" ?

Traficantes mandavam em patrulhas, escala e transferiam PMs em UPP

Gravações revelam áreas de exclusão de circulação de policiais e mostram que o comando afastado era cúmplice

iG Rio de Janeiro |




Foto: Agência O GloboAmpliar

Granadas apreendidas com adolescente de 16 anos no Morro da Coroa, por PMs que não integravam esquema de corrupção

Escutas de investigação da Polícia Militar do Rio que identificaram um esquema de pagamento semanal de propina de traficantes a policiais militares na UPP da Coroa, Fallet e Fogueteiro revelam que os criminosos restringiam o patrulhamento nas favelas, mudavam a escala de trabalho dos PMs e exigiam a transferência de agentes que não entravam no esquema, mostrou o jornal O Dia.

No total, 30 policiais foram afastados e três continuam presos por suposta participação na corrupção. Os criminosos criaram áreas de exclusões de PMs, onde não haveria patrulhas de quinta-feira a domingo e cobravam de seus interlocutores, em especial do sargento Rinaldo do Desterro Santos, que havia PMs “desrespeitando” o acordo. A maior parte dos contatos era feito por um traficante identificado apenas como Alan.

De acordo com O Dia, o então comandante da unidade – agora afastado –, capitão Elton Costa Gomes, e o subcomandante, tenente Rafael Medeiros, aparecem nas gravações com o sargento, aparentemente o principal operador do esquema. Elton diz que vai passar “no bingo para pegar o ‘negócio’”. O tenente recebe ligação do praça sobre reclamação dos criminosos em relação a dois PMs que atrapalham a venda de drogas e os transfere de escala.

O suborno era pago toda segunda-feira à noite, totalizando R$ 53.000 no mês e variando entre R$ 100 e R$ 500 por PM.

O traficante cobra do sargento ainda que alguns PMs patrulhavam áreas dos criminosos, “atrapalhando o movimento” e atirando em criminosos e ameaça retaliar. Um sargento atuante do Morro da Coroa também é transferido, pelo subcomandante Medeiros, da rua para serviços internos da UPP.

Para tirar soldados “inconvenientes” da escala o sargento Rinaldo Santos ainda cobrava uma propina extra de R$ 100, como mostram 17 gravações.

Em dois dos quatro plantões da UPP, a corrupção garantia a tranqüilidade dos traficantes. A investigação revelou, ainda, que alguns PMs se recusavam a receber propina.

Em 6 de setembro, três PMs foram presos em flagrante com R$ 13.600, após receberem o pagamento semanal.

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