terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mais antiga forma de vida na Terra pode ter sido encontrada

Cientistas desenterraram fósseis microscópicos de micróbios que se mantinham com enxofre, ao invés de oxigênio, quase 3,5 bilhões de anos atrás. A descoberta revela que havia vida na Terra mesmo antes de haver muito oxigênio em nosso planeta.

Nessa época, a Terra era um local quente e violento, sem plantas ou algas que produzissem oxigênio através da fotossíntese. O céu era escuro, aprisionando o calor próximo da superfície terrestre, e os oceanos eram como um grande caldeirão fervente.

Nenhuma espécie de vida parece concebível nesse espaço, mas agora existem evidências sólidas de que sim, já existia vida há mais de 3,4 bilhões de anos. Os pesquisadores acreditam que agora é mais plausível imaginar que existe vida fora da Terra em nosso próprio sistema solar, como espécies microscópicas semelhantes que também vivem sem oxigênio.

Bactérias que vivem de enxofre ainda existem hoje, e são encontradas em fontes hidrotermais, nascentes de água quente, solos e em outros ambientes extremos em que não existe muito oxigênio. Os fósseis recém-descobertos foram encontrados em algumas das mais antigas rochas sedimentares da Terra, em uma parte remota da Austrália.

Determinar que as formações microscópicas que se parecem com fósseis são realmente de origem biológica não é fácil. Mas os pesquisadores afirmam que a descoberta se enquadra nos três testes cruciais: tem boa conservação, mostrando as células com estruturas de tamanho similar ao esperado; os fósseis são semelhantes a microfósseis conhecidos e mais recentes e não tem formato estranho ou irregular.

Além disso, as células estão aglutinadas em grupos, e são encontradas associadas a grãos de areia – todos os marcadores de comportamento biológico. A composição química dos fósseis sugere metabolismo biológico, já que foram encontrados subprodutos do enxofre que são liberados por organismos desse tipo.

Anteriormente, foi relatada a existência de microfósseis de mais de 3,5 bilhões de anos, o que significaria que a nova descoberta não seria o exemplar mais antigo de vida na Terra.

Em 1993, J. William Schopf, um paleobiólogo afirmou ter encontrado estes fósseis antigos perto do local onde os novos fósseis foram encontrados. Mas a equipe que fez a nova descoberta discorda que os fósseis de Schopf sejam um sinal de vida, pois argumentam que as estruturas encontradas são um subproduto da mineração.

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