segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Esquizofrenia e epilepsia têm forte ligação

Segundo um novo estudo, pessoas com esquizofrenia são seis vezes mais propensas a desenvolver epilepsia. Os pesquisadores acreditam que isso poderia ser devido a fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais.

O estudo acompanhou cerca de 16.000 pacientes com epilepsia e esquizofrenia, entre 1999 e 2008, utilizando dados do Banco de Dados de Seguros de Saúde de Taiwan.

Eles identificaram 5.195 pacientes com esquizofrenia e 11.527 pacientes com epilepsia que foram diagnosticados durante o período de nove anos.

Estes grupos de pacientes foram comparados com grupos do mesmo sexo e idade que não tinham epilepsia ou esquizofrenia.

Os resultados mostram que a incidência de epilepsia foi 6,99 por 1.000 pessoas por ano no grupo de pacientes com esquizofrenia, em comparação com 1,19 no grupo sem esquizofrenia.

A incidência de esquizofrenia era de 3,53 por 1.000 pessoas por ano para os pacientes com epilepsia, em comparação a 0,46 no grupo sem epilepsia.

Estudos anteriores haviam sugerido uma prevalência de psicose entre os pacientes com epilepsia. O novo estudo também descobriu que os níveis de esquizofrenia foram ligeiramente maiores em homens com epilepsia do que em mulheres com a doença.

“Nossos resultados mostram uma forte relação bidirecional entre esquizofrenia e epilepsia. Essa relação pode ser devido a patogênese comum nessas doenças, tais como suscetibilidade genética e fatores ambientais, mas uma investigação mais aprofundada dos mecanismos patológicos é necessária”, afirma I-Ching Chou.

“Temos consciência de que as pessoas que sofrem de epilepsia parecem estar têm um risco aumentado de psicose, mas este é o primeiro estudo convincente a sugerir que as pessoas com esquizofrenia também podem estar em risco de desenvolver epilepsia, sugerindo uma relação bidirecional”, disse a neuropsiquiatra Manny Bagary.

“A associação pode ser devido a fatores comuns ambientais, tais como traumatismo crânio-encefálico ou hemorragia cerebral no útero. Alternativamente, uma associação genética pode ser relevante, tais como os genes LGI1 ou CNTNAP2 que têm sido associados com convulsões e psicose”, completa.

O estudo deve servir para orientar novas pesquisas sobre a relação entre epilepsia e psicose.

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