segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Como passar num detector de mentiras (mentindo ou não)

Se você for como a maioria das pessoas, mentir faz seu coração disparar. Faz com que você trema. Aumenta a sua pressão arterial e faz você pingar de suor. Uma máquina de polígrafo detecta mentiras, procurando por sinais dessas mudanças fisiológicas.

No entanto, sabendo como essas máquinas trabalham, você pode vencê-las – mentindo para o seu corpo, assim como as suas palavras.

Quando você faz um teste de polígrafo, a máquina registra pela primeira vez a linha de base de seus sinais vitais. Examinadores, em seguida, levam você a mentir fazendo uma série de perguntas para controle, que normalmente não estão tão ligadas ao que eles estão investigando, como “alguma vez você já mentiu para sair de um problema?” ou “você já cometeu um crime?”.

A maioria dos examinados vai responder “não” a essas questões – tentando parecer honesto – mas os examinadores assumem que a resposta de pelo menos uma questão seria na verdade “sim” (afinal, você provavelmente já mentiu para se livrar de alguma coisa). Assim que o examinando diz uma mentira branca, é colocado um pontinho na máquina do polígrafo, que serve como um sinal de mentira.

Misturada com as perguntas de controle estão questões relevantes. Em um caso de drogas, por exemplo, um polígrafo vai perguntar: “Você já usou uma droga ilegal?”

O polígrafo pontua o teste comparando respostas fisiológicas (respiração, pressão arterial, coração e taxas de transpiração) às perguntas controle com reações a perguntas relevantes. Se as reações anteriores são maiores, o examinando é liberado. Do contrário…

Em essência, o exame só conta como mentira aquela mentira que for mais mentirosa do que no controle.

Agora você já sabe como passar no teste: mude sua frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e nível de suor enquanto responder as perguntas de controle. Eleve tudo ao máximo. Em comparação, as suas respostas para as questões relevantes (sendo verdades ou mentiras) vão parecer verdadeiras.

O filme “Onze Homens e um Segredo” mostra um bom método para alterar os sinais vitais ao responder perguntas de controle: é só pressionar algum outro objeto afiado, de preferência em seu sapato. A dor fará com que a maioria de seus sinais vitais saltem e sua resposta provavelmente será lida como uma mentira.

Porém, assim como essa contramedida pode ser eficaz, poligrafistas desenvolveram contra-contramedidas para ela – por exemplo, removendo seus sapatos.

Então é preciso um plano B.

Especialistas (na arte de driblar o polígrafo) sugerem pensamentos excitantes ou assustadores quando você reconhece uma questão de controle. Dá também para tentar resolver um problema de matemática um pouco difícil em sua cabeça – como dividir 183 por 4. Semelhante ao truque do sapato, você também pode morder sua língua para sentir dor.

Por outro lado, ao responder a perguntas relevantes é preciso ter calma. É só manter o padrão de respiração basal. Sua mente deve estar mais tranqüila sabendo que você – e não o polígrafo – está no controle. E mesmo que você produza uma ligeira resposta fisiológica nas perguntas relevantes, você terá que artificialmente induzir seu corpo a trabalhar mais forte nas perguntas de controle que se seguirem.

O fato é que é possível embaçar a visão de um polígrafo, mas ele ainda é bastante utilizado em alguns lugares. Os ativistas contra o uso dessa máquina afirmam que ela depende fundamentalmente de trapaças e, como tal, não pode ter validade científica.

Em todo caso, se você cair numa máquina dessa, já sabe como pode se livrar.

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