sábado, 24 de setembro de 2011

BC avalia o movimento do dólar e impacto na economia brasileira

BC

O BC mantinha a monitoração sobre o dólar.

O Banco Central quer ver onde os mercados de câmbio irão se estabilizar nos próximos dias para avaliar melhor o impacto do real fraco na inflação, disse o presidente Alexandre Tombini nesta sexta-feira. Ele acrescentou que o impacto das variações cambiais na inflação tem declinado ao longo do tempo no Brasil. Tombini, que se encontra em Nova York, também acompanhava, na manhã desta sexta-feira, a projeção do BC para o investimento estrangeiro direto, que vai para o setor produtivo da economia. A avaliação passou de US$ 55 bilhões para US$ 60 bilhões, este ano. O setor envolve atividades de produção, por empresas estrangeiras, de bens e serviços no Brasil.

De janeiro a agosto, o investimento estrangeiro direto chegou a US$ 44,085 bilhões, contra US$ 17,153 bilhões em igual período de 2010. Em todo o ano passado, esses investimentos chegaram a US$ 48,438 bilhões. Quando comparado ao Produto Interno Bruto (PIB), o investimento estrangeiro direto deve atingir 2,43% das riquezas e dos bens produzidos no país, contra 2,28% previstos anteriormente. O BC também divulgou a previsão para investimento estrangeiro em ações negociadas em bolsas de valores do Brasil e do exterior, que é US$ 5 bilhões. De janeiro a agosto, houve ingresso desses investimentos que somou US$ 4,571 bilhões. A previsão anterior do BC, que incluía tanto as ações quanto os títulos negociados no país, era US$ 7 bilhões. De janeiro a agosto, houve saída líquida de US$ 108 milhões, nos títulos de renda fixa. O BC não informou a estimativa específica para o investimento estrangeiro em títulos.
Contas externas
O BC também revisou de US$ 60 bilhões para US$ 54 bilhões a projeção de déficit nas transações do Brasil com o exterior, este ano. Em relação ao crescimento da economia – Produto Interno Bruto (PIB), o déficit em conta corrente deve corresponder a 2,19% este ano, ante 2,49% previstos anteriormente. De janeiro a agosto, o déficit em transações correntes ficou em US$ 33,784 bilhões, contra US$ 31,411 bilhões registrados em igual período de 2010. Em todo o ano passado, o saldo negativo ficou em US$ 47,365 bilhões.
A conta de transações correntes registra as compras e vendas de mercadorias e serviços. Nesse cálculo estão incluídas as exportações e importações de mercadorias que formam a balança comercial. Nos oito meses do ano, houve superávit comercial (as exportações foram maiores do que as importações) de US$ 19,976 bilhões. Para 2011, a projeção do BC passou de US$ 20 bilhões para US$ 29 bilhões.
A previsão do BC para o déficit na balança de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos e outros) ficou em US$ 39,7 bilhões. De janeiro a agosto, o déficit nessa conta ficou em US$ 24,772 bilhões. Na conta de rendas (salários, juros e lucros e dividendos), a projeção de saldo negativo é US$ 46,3 bilhões. Nos oito meses do ano, o déficit em rendas ficou em US$ 30,958 bilhões. A projeção anterior para essas duas contas – serviços e rendas – era US$ 83 bilhões, este ano.
Na conta de transações correntes também estão incluídas as transferências unilaterais correntes, que são doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens. Nos oito meses do ano, essas transferências líquidas ficaram em US$ 1,971 bilhão e o BC manteve a previsão para o ano de US$ 3 bilhões.
Inflação
Tombini recebeu, ainda, o relatório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta manhã, segundo o qual a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) arrefeceu a 0,58% na terceira prévia de setembro, ante 0,69% na segunda. Os custos do grupo Alimentação aumentaram 0,90% agora, contra 1,39% antes. Os de Educação, leitura e recreação subiram 0,15% nesta leitura, levemente abaixo do 0,23% anteriormente.
Já os preços de Habitação aceleraram o ritmo de alta, de 0,43% para 0,52%. Os de Vestuário também, passando de 1,14% para 1,25%. As principais altas individuais de preços foram de limão, leite longa vida, aluguel residencial, tarifa de água e esgoto e açúcar refinado. As maiores quedas foram de alho, tomate, cebola, vagem e manga.

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