sábado, 17 de setembro de 2011

Balão climático pode ser esperança contra aquecimento global

Não é de hoje que cientistas tentam descobrir métodos para controlar os processos climáticos do planeta. A geoengenharia, ciência que busca intervir no clima e manipular parte de seus mecanismos, vai ganhar em breve um aliado tecnológico: um balão amarrado a 1 km de altura.

O lançamento de tal balão é parte de um projeto chamado “Injeção de Partículas na Estratosfera para Engenharia Climática” (SPICE, na sigla em inglês). A empreitada tem financiamento de 1,6 milhões de libras (o equivalente atual a 43 milhões de reais) e está programada para o mês que vem. Coordenada pela agência britânica Marshall Aerospace, em parceria com algumas universidades do país, a SPICE pretende o que diz o nome: alterar a natureza do clima lançando partículas na estratosfera.

O princípio básico do projeto, conforme explicam os cientistas, é imitar o que acontece após uma erupção vulcânica. Um fenômeno, ainda pouco conhecido, foi observado pela primeira vez há vinte anos, nas Filipinas: após a erupção do vulcão Pinatubo, o gás e as cinzas resultantes do processo se espalharam pelo ar e causaram uma diminuição de 0,5° Celsius na temperatura do planeta inteiro. Simulando um processo pós-erupção, com substâncias apropriadas, os pesquisadores esperam conseguir obter um efeito parecido, e controlá-lo através do balão.

Esse dispositivo, por enquanto, estará apenas em missão de reconhecimento. Em primeiro porque ele lançará, no ar, várias espécies de partícula. Os cientistas ainda precisam analisar mais a fundo o que cada substância é capaz de fazer, e qual a melhor forma de lançar as partículas. Além disso, essa altura de 1 km é meramente experimental: a ideia é que os balões de geoengenharia, no futuro, sejam colocados em alturas superiores a 20 km do nível do mar.

O balão, que tem 20 metros de diâmetro, será lançado em Norfolk, no leste da Inglaterra. O cabo que ligará o balão ao chão tem a função de bombear água de cima para baixo ao longo dos seus 800 metros de comprimento, a uma velocidade de 100 litros por hora. Com esse protótipo, os cientistas esperam projetar no futuro balões gigantes controlando o clima da ilha britânica.

Os pesquisadores já falam em algo entre 10 ou 20 balões, de maior capacidade, instalados pela Inglaterra e atuando a 20 quilômetros do chão, o que ainda é uma meta para longo prazo. Com eles, segundo os pesquisadores, seria possível lutar contra o aquecimento global, reduzindo a temperatura média da Terra em um ou dois graus Celsius.

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