sábado, 17 de setembro de 2011

11/9 iniciou a era dos aviões não tripulados

Um legado deixado pelo ataque às torres gêmeas dos EUA, que completa dez anos hoje, é uma série de novas preocupações bélicas. Uma delas, que diz respeito à tecnologia, é o avanço na fabricação de aviões não tripulados (RPA, na sigla em inglês).

Os Estados Unidos, por exemplo, subiram sua frota de aeronaves guiadas por controle remoto. De 54 à época dos atentados, passou para mais de 6 mil unidades hoje, sendo que 4 mil seguem em missão no Oriente Médio.

Esses aviões sem tripulação apresentam vantagens estratégicas em uma guerra. Quando se trata de um conflito de ocupação contra grupos minoritários guerrilheiros, como foi o caso da ocupação americana no Afeganistão e no Iraque, isso fica muito em evidência, porque anula as vantagens dos árabes por conhecer melhor o terreno montanhoso da região. O avião continua sendo controlado por um piloto, que fica em uma base aérea (chamada de ROVER, na sigla em inglês) e tem uma visão muito mais ampla e detalhada da área sobre a qual o avião passa.

Essa tecnologia não foi desenvolvida sem críticas: os aviões não tripulados, projetados para a guerra contra o terror, já mataram muitos civis e inocentes. Um cálculo da própria Força Aérea Americana concluiu que morrem 10 civis para cada combatente dos grupos radicais islâmicos, simplesmente porque um ataque de RPA não consegue selecionar vítimas. A despeito desse índice, o governo dos EUA planeja um investimento de 36,9 bilhões de dólares (cerca de R$ 60 bilhões) em aviões não tripulados até 2020.

Ataques militares aéreos, sem tripulantes, existem há um bom tempo. O primeiro de que se tem registro foi feito por um balão austríaco em 1849. Mas o conceito moderno, da maneira que conhecemos hoje, teve seus primeiros passos dados pelos próprios Estados Unidos, nos anos 50.

Após a queda das torres gêmeas, em 2001, houve um “boom” no aprimoramento técnico e na escala de produção das aeronaves. O ápice foi observado em 2010: pela primeira vez, a Força Aérea dos EUA formou mais pilotos de RPA do que pilotos regulares em um ano. O treinamento tem uma série de inovações, para que o piloto de guerra de antigamente saiba o que fazer na era do GPS e do mapeamento por satélite.

Para minimizar a morte de civis nos conflitos, os chefes militares americanos anunciam um pacote de estratégias, que inclui mudanças tecnológicas e aumento na comunicação com os aliados americanos na região. Isso tudo, explicam eles, porque a diminuição de RPAs e pilotos capacitados para operá-las não foi sequer considerada. Segundo os militares, a tendência é que a aeronave não tripulada seja protagonista no futuro da aviação

Nenhum comentário: